China está construindo dezenas de ilhas artificiais no Pacífico

Elas não aparecem em nenhum dos mapas do mundo nem podem ser percorridas por transporte marítimo aberto ao público. Mas as "ilhas artificiais" da China são uma parte fundamental de sua estratégia expansionista. E enquanto isso, as potências mundiais ocidentais estão observando esses megaprojetos de perto. Esses enclaves construídos no mar surgiram do nada nos últimos seis anos e alteraram bastante o equilíbrio de poder no mar para a China, que é um dos pilares do comércio internacional global na atualidade.

De fato, vários países asiáticos têm reivindicações sobre essas águas, no entanto, o país reivindica as ilhas como seu território para construir centros industriais e financeiros e, o que é mais preocupante, bases militares.

Desde 2014, a China trava uma corrida para criar ilhas artificiais no Mar da China Meridional e em todo o Pacífico, construindo-as em rochas ou recifes perto da superfície da água durante a maré alta. Navios de dragagem tiveram que ser usados para levantar o fundo do mar e construir as ilhas nas rochas. Agora, fotos aéreas das ilhas revelam enclaves que nem deixam espaço para uma árvore. Alguns destinados a fins militares abrigam sistemas de mísseis, radares, pistas de pouso, instalações de armazenamento de combustível e instalações navais.

No entanto, outras também estão sendo construídos no Pacífico com objetivos mais econômicos para expandir o comércio e inaugurar novos centros nervosos e financeiros onde as empresas podem se instalar. Isso dá à China um enorme poder para controlar uma rota marítima internacional muito importante, através da qual viaja grande parte do comércio mundial.

Esta instalação mostrada na foto abaixo consiste em uma rede de ilhas projetadas para abrigar centros de negócios. O objetivo é fazer deste pedaço de terra uma espécie de mini Dubai moderno no Sri Lanka e com apenas 2,6 quilômetros quadrados de área, ele se tornará um poderoso centro financeiro internacional. Esta ilha atrairá investidores de todo o mundo e milhares de residentes com elevado poder de compra, que poderão usufruir de isenções fiscais para a abertura de negócios na ilha.

Ilha da Flor do Oceano. Este outro enclave ao largo da província insular de Hainan, no sul da China, engloba três ilhas artificiais de cerca de 800 hectares e pretende ser um porto internacional com instalações de alta tecnologia. Duas destas ilhas deverão ter mais de 30 centros de negócios para atrair investidores estrangeiros, enquanto a terceira será um parque de diversões para fins turísticos.

Como mencionamos anteriormente, no Mar da China Meridional, o país vem levantando ilhas e construindo pequenas bases militares há anos com o objetivo de se expandir militarmente. Um exemplo são as Ilhas Spratly, entre as Filipinas e o Vietnã, que possuem quase 100 recifes e ilhotas. Lá o país reúne aeronaves pesadas e mísseis à espera de um embate.

- "Durante os últimos 20 anos, testemunhamos a maior concentração militar desde a Segunda Guerra Mundial pela China", disse um almirante do Exército dos EUA em um artigo que levantou sobrancelhas no país americano.

O espaço agora ocupado pelas ilhas não era considerado território pelo Direito Internacional. De fato, vários países asiáticos reivindicam o Mar da China Meridional, mas a China reivindica as ilhas como seu território e as está usando para controlar a região. Em 2016, um tribunal internacional decidiu que a China não tinha o direito de reivindicar a propriedade do mar e decidiu que a China violava a lei internacional ao construir as ilhas.

Além disso, deve-se notar que esses locais abrigam populações de peixes e minerais subaquáticos, além de rotas marítimas pelas quais trilhões de comércio mundial viajam a cada ano. E essas bases, algumas totalmente militarizadas, foram construídas empilhando concreto em cima de recifes de corais, causando grandes danos ao ambiente marinho.