Você certamente já ouviu falar sobre algumas das migrações épicas do reino animal, o comportamento natural e componente do ciclo de vida de muitas espécies de organismos móveis, não se limitando aos animais, embora a migração animal seja o tipo mais conhecido. A migração é muitas vezes cíclica, ocorrendo frequentemente de forma sazonal e, em alguns casos, diariamente. As espécies migram para aproveitar condições mais favoráveis com relação à disponibilidade de alimentos, segurança contra predação, oportunidade de acasalamento ou outros fatores ambientais. |
Enquanto membros de algumas espécies aprendem uma rota migratória em sua primeira jornada com membros mais velhos de seu grupo, outras espécies transmitem geneticamente informações sobre suas rotas. Apesar de muitas diferenças nos sinais e comportamentos migratórios dos organismos, parecem existir semelhanças consideráveis nos sinais envolvidos nas diferentes fases da migração.
Organismos migratórios usam sinais ambientais como fotoperíodo e condições climáticas, bem como sinais internos como níveis hormonais para determinar quando é hora de começar uma migração. Espécies migratórias usam sentidos como magnetorecepção ou olfato para se orientar ou navegar em sua rota, respectivamente.
Alguns pássaros, peixes, tartarugas e baleias percorrem enormes distâncias quando migram para encontrar comida ou para acasalar. O mais distante pode ser o maçarico, que voa mais de 10.000 km da Nova Zelândia ao Alasca.
Os fatores que determinam os métodos de migração são variáveis devido à inconsistência de grandes mudanças e eventos sazonais. Quando um organismo migra de um local para outro, seu uso de energia e taxa de migração estão diretamente relacionados entre si e com a segurança do organismo.
Os estorninhos, por exemplo, usam uma bússola solar, o que significa saber a hora para compensar a mudança de posição do Sol. Por outro lado, os patos selvagens podem encontrar o norte usando as estrelas, uma habilidade geneticamente programada.
Muitas outras aves, assim como salamandras, salmões e hamsters, usam o campo magnético da Terra. As tartarugas cabeçudas podem até sentir a direção e a força do campo magnético da Terra logo após a eclosão e, posteriormente, usar essa habilidade para navegar ao longo de sua rota de migração regular.
Outros animais usam características terrestres, como cadeias de montanhas e rios, e os golfinhos usam a forma do fundo do oceano. Os gnus seguem o cheiro da chuva e os salmões usam o cheiro para voltar ao mesmo riacho onde nasceram.
As migrações podem ser tão volumosas quanto épicas, como as baleias-jubarte que viajam dos pólos ao equador, ou centenas de milhares de borboletas-monarca que chegam ao México todo inverno.
As andorinhas européias migram para o sul a cada inverno, para a África ou a Ásia, onde o clima é mais quente e a comida é mais abundante. Voando 320 km por dia, elas usam reservas de gordura para evitar a fome em sua longa jornada.
Se uma barreira ecológica se apresenta ao longo da rota de um migrante, ele pode optar por usar sua energia para cruzar a barreira diretamente ou usá-la para contornar a barreira.
Este é o caso da famosa migração dos gnus no Masai Mara, no Quênia, para o Serengeti, na Tanzânia, que seguem as chuvas sazonais que alimentam as gramíneas nas quais pastam. Na conhecida como maior migração em massa de mamíferos da terra, 1,5 milhões de gnus devem enfrentar as águas traiçoeiras do rio Mara e seus crocodilos famintos.
Se um organismo está migrando para um local onde há alta competição por comida ou habitat, sua taxa de migração deve ser maior. Isso indiretamente ajuda a determinar a aptidão de um organismo, aumentando a probabilidade de sua sobrevivência e sucesso reprodutivo.
Essa é a situação das migrações não sazonais do salmão do Atlântico, que passa a maior parte de sua vida no mar e, na hora de se reproduzir, percorre milhares de quilômetros para retornar ao rio exato onde nasceu.
Um estudo publicado em 2021 descobriu que eles podem viajar até 2.940 km para retornar ao rio onde nasceram, tudo para garantir que seus filhos tenham o melhor começo de vida.
Uma espécie migrando para uma novo local pode afetar também a vida selvagem ao longo de seu caminho, que é conhecido como efeito de cima para baixo dentro da comunidade, quando a espécie migratória torna a presa principal para um predador residente. Os crocodilos se fartam no Serengeti, enquanto os urso se banqueteiam nas corredeiras dos rios.
Embora suas façanhas de resistência sejam incríveis, os animais que migram tendem a ser mais vulneráveis às mudanças climáticas, desmatamento e fragmentação de habitat porque dependem de vários habitats, entre países ou mesmo continentes, para sobreviver ou completar seu ciclo de vida.
Curiosamente, quando falamos em migração logo pensamos em migração animal, o movimento físico de animais de uma área para outra. Isso inclui a migração de pássaros , peixes e insetos. No entanto, pode-se dizer que as plantas migram, pois a dispersão de sementes permite que as plantas cresçam em novas áreas, sob restrições ambientais, como temperatura e chuva.
Quando essas restrições mudam, a fronteira da distribuição de uma espécie de planta pode se mover, então pode-se dizer que a planta migra, como por exemplo na migração da floresta.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários