Esta vila era um importante assentamento para os peregrinos do Iêmen que faziam o haje, a peregrinação realizada à cidade santa de Meca pelos muçulmanos. Eles viajavam por esta área montanhosa para chegar ao seu destino para completar um dos cinco pilares do Islamismo. O haje, de fato, é obrigatório, pelo menos uma vez na vida, para todo o muçulmano adulto, desde que este disponha dos meios econômicos e esteja gozando de boa saúde. Com a chegada dos meios de transporte modernos, a vila perdeu a sua importância estratégica, mas conseguiu manter o seu encanto. |
Uma das características mais notáveis é a altura dos edifícios de pedra em Ragal Almaa, sobretudo se levarmos em conta que muitas dessas edificações têm mais de 900 anos.
A construção de um edifício de pedra de cinco ou seis andares exigia conhecimentos técnicos radicalmente diferentes dos utilizados em edifícios mais simples de um ou dois andares.
Esta última pode ser erguida com pilares rudimentares para sustentar toda a estrutura, mas o aumento da altura exige paredes mestras de pedra e barro para fortificar o edifício.
Mais de 60 desses edifícios de vários andares podem ser encontrados em Ragal Almaa e o mais alto tem oito andares.
Alguns foram perfeitamente restaurados, enquanto outros, principalmente na parte norte da vila, permanecem em péssimo estado de conservação.
Com efeito, os engenheiros estão coçando a cabeça para tentar erigir de novo alguns prédios que não resistiram as inclemências do tempo.
Outra característica marcante dessas edificações é o uso de padrões geométricos e florais na decoração das paredes internas e externas, que remetem à perfeição inerente às representações religiosas do Jardim do Éden.
Esse traço arquitetônico pode ser observado em toda a região de Asir, mas Ragal Almaa traz um nível de sofisticação único.
A arte utilizada nestas inscrições é conhecida como "Al-Qatt", na qual formas e cores harmoniosas são geralmente colocadas pelas mulheres da aldeia.
Nos pátios externos das casas, encontram-se algumas cadeiras de madeira e esteiras mobiliadas, com formas coloridas em verde, branco, amarelo e vermelho, presentes também nas janelas e portas de madeira.
Os dois primeiros andares desses edifícios eram geralmente dedicados ao gado e ao armazenamento, enquanto as pessoas geralmente ocupavam os andares superiores.
Este arranjo aumentou a capacidade defensiva da casa. Considerando que os ataques e a animosidade tribal eram relativamente comuns, teria sido difícil para os invasores alcançar os andares superiores de uma casa de pedra, especialmente em comparação com edifícios de um ou dois andares comuns em outras partes da Arábia Saudita.
No meio da aldeia, existe um museu que tem como sede o palácio Al Al-wan, escolhido porque inclui vários andares e a sua construção remonta a mais de quatro séculos, e o palácio passou por obras de reforma nas quais os moradores participaram.
O museu exibe o patrimônio único da vila, antiguidades e coleções de manuscritos, ferramentas e armas, pois abriga mais de duas mil antiguidades e documentos distribuídos em dezenove seções do museu.
Em janeiro de 2018, a Comissão Saudita de Turismo e Patrimônio Nacional concedeu a Ragal Almaa o direito de solicitar o título de Patrimônio da Humanidade ao Centro do Patrimônio Mundial da UNESCO. No entanto, ironicamente, o título continua em interdito, pois, segundo os diretores da instituição, é inconcebível que um país tão rico tenha deixado a ala norte da cidade desmoronar por inteiro.
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