Em 2004, a polícia parisiense foi designada para fazer um exercício de treinamento ostensivo em uma parte desconhecida das Catacumbas de Paris sob o Palais de Chaillot, visando o mapeamento do local. Entrando nas catacumbas por um ralo, os policiais primeiro encontraram uma placa que dizia "Canteiro de obras, sem acesso" e, um pouco mais adiante, uma câmera que registrava ativamente imagens de quem passava. Quando os policiais se aproximaram da câmera, foi acionada uma gravação de latidos de cachorros. |
A polícia desceu mais fundo nos túneis e descobriu uma caverna de 500 metros quadrados com um cinema totalmente equipado. Incluía uma tela gigante de cinema, equipamento de projeção, cadeiras e um punhado de filmes, desde clássicos do cinema noir até thrillers recentes.
Alguém transformou esta caverna subterrânea abandonada em um anfiteatro secreto. Além disso, na "sala" ao lado, a polícia descobriu um bar e restaurante totalmente abastecido, com mesas e cadeiras. A descoberta deixou a polícia confusa, sem falar na instalação profissional de eletricidade e três linhas telefônicas.
Três dias depois, a polícia voltou com especialistas do Conselho Francês de Eletricidade para tentar descobrir de onde vinha a energia. Toda a instalação tinha sido retirada, os cabos foram cortados e um bilhete no chão dizia: "Não tentem nos encontrar". Meses mais tarde o grupo les UX se responsabilizou pela instalação.
les UX (abreviação de Urban eXperiment) é uma organização clandestina que melhora os cantos escondidos de Paris. Seu trabalho inclui a restauração do relógio Panthéon, a construção do cinema em questão, restauração de criptas medievais e encenação de peças e leituras em monumentos após o anoitecer. A composição do grupo é em grande parte secreta.
Túneis de pedreiras existem nos arredores de Paris desde os tempos romanos. O calcário nessas pedreiras construiu Paris como a conhecemos hoje e, eventualmente, ajudou a cidade a se expandir a ponto das pedreiras estarem diretamente abaixo da movimentada metrópole. Acredita-se que existam cerca de mais de 300 quilômetros de túneis labirínticos.
Apesar da vasta extensão do mundo subterrâneo com túneis, apenas uma pequena parte dela está aberta ao público. Esta pequena porção, conhecida como Ossuário Denfert-Rochereau, ou mais popularmente, "As Catacumbas", tornou-se uma das principais atrações turísticas de Paris.
O local popular abriga os restos mortais de cerca de seis a sete milhões de ex-parisienses. No final do século 18, os cemitérios estavam ficando superpovoados. Cemitérios como Les Innocents estavam tão cheios de mortos que levavam a enterros impróprios, sepulturas abertas e cadáveres desenterrados. Os vizinhos começaram a adoecer com doenças infecciosas devido às condições insalubres do cemitério.
Les Innocents não foi o único cemitério condenado. Muitos outros cemitérios estavam ficando superpovoados, causando problemas para os habitantes de Paris.
Com toneladas de pedreiras vazias, policiais e padres discretamente moveram os ossos para a seção renovada do túnel no período entre 1787 e 1814.
Como algumas pessoas notáveis foram enterradas nesses cemitérios "lotados", é provável que seus ossos tenham sido transferidos para as Catacumbas.
Alguns dos proeminentes franceses cujos ossos podem ter sido levados para as Catacumbas são Charles Perrault, famoso por Chapeuzinho Vermelho, Gato de Botas e Cinderela; Jean de La Fontaine, conhecido por Fábulas; o pintor Simon Vouet; Salomon de Brosse, arquiteto que projetou o Palácio de Luxemburgo em Paris); e o escultor François Girardon (escultor).
As Catacumbas tornaram-se uma atração popular para famílias reais e pessoas importantes e, em 1867, a área foi aberta ao público em geral.
Devido à sua idade, as pedreiras que não fazem parte das Catacumbas oficiais foram consideradas inseguras pelas autoridades parisienses.
No entanto, o tamanho e a extensão dos túneis dificultam a entrada de sociedades secretas, ladrões, artistas e curiosos na perigosa rede.
Na década de 1980, um movimento foi dedicado à exploração dos túneis. Após a descoberta do cinema secreto, Patrick Alk, fotógrafo próximo ao grupo les UX, disse que a descoberta "foi uma pena, mas não o fim do mundo".
Existem dezenas de outros pontos de encontro como o que a polícia descobriu no misterioso labirinto. Patrick concluiu, dizendo: - "Vocês não têm ideia do que há lá embaixo."
Há grupos de aventureiros que se dedicam a explorar ilegalmente os subterrâneos de Paris além do ossuário. Geralmente o fazem aos finais de semana, como espeleologistas e são chamados de "cataphiles".
Devido ao vandalismo e ao roubo de vários crânios, as catacumbas foram fechadas durante o último semestre de 2010. Com a reabertura do local, chegou a segurança adicional e verificações de bagagem na saída.
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