A região da localidade de Yakutsk, na Sibéria, é rica em diamantes, ouro, urânio e outros recursos minerais. A cidade mais fria do mundo, com temperaturas de inverno chegando a -60°C ou menos, surpreendentemente, tem verões considerados quentes, com julho registrando uma temperatura média de 24°C. Isso torna a região o único lugar do mundo com uma amplitude térmíca anual tão alta com mais de 80°C. Inacreditavelmente esta cidade tem mais de 300 mil habitantes e viver lá não é para gente friorenta, como já mostramos em alguns vídeos do canal da Youtube Kiun B. |
As pessoas que vivem ali geralmente precisam empilhar camadas de roupas para se manterem aquecidas, mas em alguns dias extremamente frios, nem as roupas ajudam, apenas ficar dentro de casa pode garantir calor e segurança. No entanto, sempre se pode esperar que as pessoas pareçam mais do que seu tamanho real devido às camadas de roupas e às jaquetas grossas que vestem. Geralmente, as pessoas em Yakutsk precisam até de 15 minutos apenas para usar a quantidade certa de roupas necessárias para se manterem seguras do lado de fora.
É fascinante o quanto os humanos podem se adaptar a qualquer coisa que a vida lhes apresente. Alguém poderia pensar que a cidade mais fria do mundo é um inferno congelante onde as pessoas andam com rostos tristes, mas em Yakutsk é completamente o oposto. Ali, as pessoas estão felizes porque há estradas, mercados, transporte público, supermercados, hotéis, cafés, restaurantes e outras infraestruturas básicas que as cidades normais têm.
De qualquer forma, o que eleva alguém a abandonar estas comodidades e ir viver em uma casinha de madeira na floresta, longe da civilização, tendo por companhia apenas seus cães, além de ursos e lobos, no rigoroso clima de inverno de Yakult? Este é o caso de um homem chamado Samuel que trava uma batalha diária para manter sua cabana aquecida.
Todas as manhãs ele necessariamente se embrenha na floresta para coletar lenha suficiente para abastecer o fogão durante o dia. Uma tarefa árdua para um homem de 57 anos e de físico mirrado, mas por outro lado ele consegue se manter aquecido fazendo o trabalho físico.
O povo sakha tem uma compleição física e estatura pequena e isso certamente é uma adaptação evolutiva devido ao clima frio dali. A altura reduzida funciona a seu favor, pois é menos provável que percam calor corporal em comparação com indivíduos com tamanho corporal aumentado, que são mais vulneráveis às atmosfera geladas.
Samuel também convive com o desafio de conseguir comida, como ele não caça, sua única fonte de comida vem das armadilhas para lebres. No entanto este método às vezes não funciona e quando o suprimentos se esgotam ele precisa fazer uma longa caminhada de 30 quilômetros durante 5 horas até o vilarejo nos arredores de Yakutsk, jornada que só pode ser realizada durante os meses mais quentes.
À tarde, depois de "arranhar" seu acordeon acompanhado de um de seus peludos, o homem vai buscar água no lago, que é sua principal fonte de água e higiene. Ele prefere a água do lago por achar que o processo de congelamento purifica a água eliminando as impurezas que ele pode eventualmente encontrar na neve.
Adoecer também não é uma opção devido a distância que o homem está do vilarejo mais próximo. Para se manter saudável Samuel recolhe a chás de agulha de abeto, conhecido por sua dezenas de propriedades curativas há milênios, e de folhas de alámo, que supostamente tem propriedades diuréticas, digestivas, expectorante, antisséptica e analgésica.
Quando chega o verão, algumas árvores frutificam trazendo com elas a presença dos ursos atrás das bagas. Em geral, os plantígrados não dão muita atenção ao homem porque tem alimento de sobra, mas Samuel precisa esconder bem sua comida para proteger seus suprimentos. Pois uma vez que um urso descubra onde estão escondidos, vão voltar sempre em busca de mais.
Então, respondendo a questão do início deste artigo: uma das razões pela qual ele decidiu viver sozinho no meio do mato gelado foi porque sua família morreu quando ele ainda era jovem. Por anos ele tentou se adaptar à vida em Yakutsk, mas não se adaptou e decidiu virar ermitão.
Eu sou capaz de apostar que o sonho do iacutiano era ser músico -um muito ruim, porque ele não leva jeito nenhum -. Não deixa de assistir até o fim para ver Samuel tocando sua bateria improvisada.
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