Na natureza, a melhor forma de defesa é a camuflagem, e as estrelas-de-penas transformaram isso em arte. Essas estranhas criaturas parecidas com plantas se escondem à vista de todos entre corais brilhantes e anêmonas, firmemente ancoradas no fundo do mar, enquanto seus galhos esguios e ramificados ondulam como folhas de samambaias coloridas. Mas as coisas ficam positivamente estranhas quando se libertam, nadando, flutuando ou até mesmo caminhando pelo oceano como um espanador gigante tirando pó do fundo do mar. |
Estes são os crinoides, membros da família dos equinodermos que também inclui as estrelas-do-mar e os ouriços-do-mar. Existem cerca de 600 espécies de crinoides na Terra, e elas são encontradas em todo o mundo, tanto em águas rasas quanto em profundidades de até 9.000 metros.
No Brasil, elas são encontrados em toda a costa, sendo a espécie mais comum a estrela-de-pena-elegante (abaixo). Este crinoide foi anteriormente batizado de Antedon brasiliensis, pois acreditava-se que ela existia apenas no litoral brasileiro. Mas em 2010 descobriram que ela já havia sido encontrada na África do Sul e então ela foi renomeada para Tropiometra carinata.
Embora muitos crinóides desenvolvam caules para se prenderem ao fundo do mar quando jovens, eles geralmente os perdem quando adultos para se tornarem organismos nadadores livres. As espécies que mantêm seus caules até a idade adulta são chamadas de lírios-do-mar, porque se parecem com flores subaquáticas.
As que perdem os talos passam a ser conhecidas como estrelas-de-penas, que ainda podem se ancorar em rochas e substratos, se necessário, usando um conjunto de pernas minúsculas chamadas cirri.
Esses adoráveis braços com franjas são cobertos por minúsculos pés tubulares secretores de muco que podem se mover independentemente um do outro, e isso permite que as estrelas de penas capturem plâncton e outros pedaços microscópicos flutuando na água.
Mas como eles realmente colocam esse alimento em suas bocas é uma outra história: o processo começa com o pé mais afastado da boca sendo limpo pelo pé logo abaixo dele, empacotando o lanche cheio de muco antes de transportá-lo, pé a pé, ao longo do braço.
- "O próximo pé para baixo envolve o que está acima dele e raspa a comida pela segunda vez", explicou Sara Mynott, bióloga marinha da Universidade de Exeter, em um artigo da Nature. - "Esse processo continua por todo o braço da estrela-de-penas, criando um bolo de comida que aumenta gradualmente de tamanho."
O bolo eventualmente chega à boca, onde é ingerido em um intestino em forma de U. Essa barriga de ferradura é importante, porque permite que a estrela de penas posicione seu ânus bem ao lado de sua boca, por que complicar as coisas quando você pode ter tudo indo e vindo mais ou menos na mesma área do seu rosto?
Embora as estrelas-de-penas tenham a capacidade de se mover, elas raramente são pegas fazendo isso e, até recentemente, presumia-se que elas se moviam de forma extremamente lenta, de fato, os cientistas costumavam pensar que as estrelas-de-penas mal conseguiam passar meio metro em uma hora, mas então uma foi registrada em 2005 com velocidades de até 5 centímetros/segundo.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários