O estranho chamado do pássaro-capuchinho da Amazônia

Restrita a uma pequena área entre o Brasil, Escudo das Guianas e Venezuela, o pássaro-capuchinho (Perissocephalus tricolor) é um dos representantes mais espetaculares e marcantes da família de cotingídeos. Devido a seu aspecto um pouco incomum, ele tem diversos nomes como maú, anambé-de-capuz, ave-capuchinha, capuchinho, mãe-de-balata, pássaro-boi, pássaro-maú, urutaí e urutauí. O pássaro tem um tamanho relativamente grande. Os adultos pesam entre 340 e 420 gramas e normalmente medem cerca de 40 centímetros de comprimento, tornando-se um dos maiores passeriforme subóscinos.

O maú é uma ave inconfundível e estranha: a coroa e as faces são nuas, de cor cinza pálido que se estende até à parte inferior do bico, que é preto e robusto. O resto é marrom canela, mais claro abaixo, as coberturas inferiores das asas são brancas e a cauda é preta. A cabeça careca parece desproporcionalmente menor, resultando em uma silhueta única.

O anambé-de-capuz consome principalmente frutas, a maioria obtida no subdossel da floresta. A dieta consiste em pelo menos 37 espécies diferentes, principalmente dentro das famílias Lauraceae e Burseraceae. Também consegue capturar grandes insetos e até morcegos.

Eles são geralmente discretos e solitários, movendo-se no interior da mata. Os capuchinos se reúnem em leks onde os machos levantam seus corpos verticalmente de forma cerimoniosa e emitem um dos sons mais estranhos, que tem a reputação de ser uma das vocalizações mais incríveis e estranhas do mundo aviário. A vocalização é difícil de descrever com precisão: um alto e profundo som que, ouvido ao longe, lembra o mugido de um bezerro ou uma motoserra.

A maú inala o ar que fica armazenado em sacos de cada lado do pescoço, quando termina de inspirar, inclina-se para trás e dá esse chamado inesperado.

Os machos em exibição se curvam, depois ficam de pé com o peito inflado, as penas do pescoço formam uma juba ao redor da cabeça nua e as coberturas infracaudais alongadas e enroladas sobre a cauda para formar duas bolas de penugem. Eles constroem seu ninho em forma de plataforma plana sobre forquilhas a uma altura que varia de 3 a 6 metros do chão, incubando, em média, um único ovo.

O urutaí tem uma distribuição muito ampla e, embora seja uma ave incomum, estima-se que sua população total seja grande. A população pode estar em ligeiro declínio por causa do desmatamento, mas não em uma taxa rápida o suficiente para ser considerada ameaçada, então a União Internacional para a Conservação da Natureza classificou seu status de conservação como sendo de "menor preocupação".