Em 326 a.C, Alexandre, O Grande, o rei grego famoso por conquistar um império que ia da Ásia à África e à Europa, atravessava o Paquistão. Parando seu exército para descansar na área agora conhecida como Khewra, Bucéfalo, o cavalo de Alexandre começou a lamber as pedras no chão. Vendo que todos os cavalos estavam fazendo isso e tomando nota, o próprio soldado experimentou e descobriu que as pedras eram bastante salgadas. Os depósitos de sal Khewra foram descobertos. |
Hoje, cerca de 2.330 anos depois, as minas de sal Khewra, nas profundezas das montanhas do Punjab paquistanês, são as segundas maiores do mundo, atrás apenas da Sifto Canada, mina de sal em Goderich, Ontário, que produzem 325.000 toneladas de sal por ano e cerca de 220 milhões de toneladas ao longo de sua vida útil.
Isso mal chega a afetar as enormes reservas de sal ali, que dizem ser de 6,687 bilhões de toneladas. Oficialmente, a mineração de sal não foi registrada até os anos 1.200 sob a tribo Janjua-Raja, mas o sal provavelmente ser extraído e comercializado ali desde a época de Alexandre.
Cobrindo uma área de 110 quilômetros quadrados, 228 metros de profundidade (com 11 andares separados), a enorme mina tem mais de 40 quilômetros de túneis com cerca de 730 metros na montanha sob a qual os depósitos de sal são encontrados.
Para evitar que o imenso espaço desmorone sobre si mesmo, apenas cinqüenta por cento do sal encontrado é extraído; a outra metade serve como colunas de suporte para sustentar a mina.
Com uma área tão grande, uma grande força de trabalho e a facilidade de esculpir e construir com tijolos de sal, alguns pontos turísticos interessantes foram construídos dentro da mina de sal.
Entre as primeiras estruturas construídas dentro da mina está a pequena Mesquita Badshahi, completa com um pequeno minarete de sal.
Construídas mais recentemente, especificamente para atrair turistas, estão pequenas versões de sal da Grande Muralha da China, a estrada Mall de Murree, a colina Shimla de Lahore e o Minar-e-Pakistan em Lahore.
Tanto a mesquita quanto as miniaturas são construídas com tijolos de sal, que variam em cor do vermelho ao rosa e ao branco, e que agora são iluminados eletricamente e irradiam um belo brilho quente. Às vezes, as muitas cores e tijolos de luz dão à mina uma espécie de aparência de estrada de tijolos amarelos.
Outros pontos turísticos -e há muitos- incluem uma câmara de "salão de assembléia" de 75 metros de altura com escadas em espiral subindo pelas paredes, uma ponte de sal de 8 metros de comprimento chamada pul-saraat, uma alusão à islâmica ponte que você deve cruzar no Dia do Julgamento que é descrita como "mais fina que um fio de cabelo e mais afiada que uma espada", lagoas de salmoura e belas formações de cristais de sal, como estalactites.
Muito disso pode ser visto na ferrovia elétrica de bitola estreita, em funcionamento desde a década de 1930, que já extraiu sal das minas e agora traz turistas para elas.
A mina de sal de Khewra ainda tem sua própria agência postal em pleno funcionamento, para uso dos trabalhadores. A agência dos correios é construída inteiramente com tijolos de sal e é a única agência dos correios construída com sal no mundo.
Embora seja um destino turístico popular hoje, as minas de sal foram palco de opressão brutal e trabalho forçado pelos britânicos no século XIX. Os mineiros eram trancados nas minas e não tinham permissão para sair até que cumprissem suas cotas.
Isso incluía mulheres grávidas e crianças, e várias crianças nasceram dentro da mina. Além disso, as greves dos mineiros foram brutalmente reprimidas. Em 1876, doze menores foram baleados e mortos na entrada das minas. Seus túmulos podem ser vistos nos portões do meio das minas.
Pode-se provar a produção desta mina de sal indo ao supermercado local e procurando por "sal do Himalaia", um sal-gema avermelhado ou rosa. O sal meio que virou modinha no Ocidente, mas é só isso: sal ainda que com uma história mais interessante.
O sal rosa do Himalaia é semelhante ao sal de mesa, pois é feito de 98% de cloreto de sódio, o principal ingrediente do sal, mas, ao contrário do sal de mesa, o sal rosa também contém minerais como potássio, magnésio, cálcio e ferro, todos que lhe conferem a cor rosada.
Certamente você já sabia que o sal do Himalaia não vem do Himalaia, senão que é extraído da Mina de Sal de Khewra. As rochas cor-de-rosa são transformadas em sal de mesa, lâmpadas e estátuas, vendidas a preços mais altos nos países ocidentais. Mas, apesar da crescente popularidade do sal rosa no exterior, o Paquistão, historicamente, viu pouco do seu lucro com seu povo sofrendo barbaridades nas mãos dos britânicos.
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