É indiscutivelmente um dos peixes mais bonitos do oceano, e um dos peixes queridinhos dos aquaristas experimentados, mas o mandarim (Synchiropus esplendidus) tem muito mais a oferecer do que todas aquelas lindas cores. Em casa, nas lagoas protegidas e recifes costeiros do Oceano Pacífico, desde as ilhas Ryukyu na costa do Japão até as águas quentes da Austrália, este pequeno dragão é coberto por pequenos espinhos para injetar um muco tóxico em qualquer um que tente manuseá-lo ou comê-lo. |
O mandarim contém dois tipos de células secretoras em sua epiderme colorida: uma que produz uma espessa camada de muco para protegê-lo dos elementos e outra que produz uma toxina para protegê-lo dos predadores. E não apenas esse revestimento de muco tóxico é perigoso, principalmente se for para a ferida aberta de um predador, mas também tem um cheiro nojento.
Todo cientista e livro que fala sobre o mandarim menciona seu cheiro forte e desagradável. Esse fedor não é acidental. O mandarim precisa do cheiro e dos espinhos, porque lhe falta uma das medidas de proteção mais básicas do mundo marinho: não tem escamas.
E dê crédito a quem merece crédito, porque não é fácil ter uma aparência tão boa e cheirar tão mal: o mandarim é uma das duas únicas espécies confirmadas no mundo que podem produzir sua própria coloração azul. Junto com seu parente próximo, o mandarim-psicodélico (Synchiropus picturatus) -mostrado abaixo-, o mandarim produz cianóforos, células de pigmentação azul que refletem a luz, para alcançar sua coloração vibrante.
Como mencionei em outros artigos, a grande maioria das criaturas de tons azuis na Terra tem que recorrer a elaboradas ilusões de ótica para se iluminar, com camadas microscópicas de cristais incolores em sua pele em camadas de tal forma que refletem a luz azul de volta para qualquer observador.
O mandarim é considerado o peixe excelso de aquaristas, mas não é para qualquer um. À primeira vista, a gente pode pensar que pelo simples fato de possuir apenas alguns centímetros, é o peixe ideal para um aquário pequeno. No entanto, eles são considerados muito difíceis de criar, porque dificilmente comem rações.
Na natureza eles caçam anfípodes e copépodes durante o dia. Sobretudo nos aquários, eles podem morrer de fome porque não há abundância desses alimentos. Em resumo, um aquário bem estabilizado, possuindo mais do que 100 litros e com muitos corais é o ideal para essa espécie.
Além disso, esse peixe não irá se dar bem com a maioria das outras espécies, exceto com outros peixes-mandarim. Também é bom considerar um espécime criado na aquicultura, porque os selvagens capturados sobrevivem pouco no aquário. A expectativa de vida do mandarim na natureza é de 15 anos, no aquário é menos de um para o selvagem.
O que difere os machos das fêmeas de peixe-mandarim é que os machos são tipicamente maiores e apresentam extensões nas nadadeiras dorsal e anal. Também é mais comum os machos possuírem cores mais bem distribuídas e brilhantes que as fêmeas, embora isso nem sempre aconteça.
Quando o macho de peixe-mandarim quer se acasalar, algo que geralmente acontece ao entardecer, ele inicia um intrincado ritual de acasalamento, subindo com a fêmea em espiral em precisão coreografada a caminho da consumação.
Ele levanta sua nadadeira dorsal e nada em volta de sua companheira, aproxima-se dela e agarra sua nadadeira peitoral com a boca. Os dois ficam nadando ligados até alcançarem a superfície, onde soltam-se e expelem o esperma e os óvulos que se unem para formar os ovos.
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