Alguns dias atrás chamamos o soberbo-pássaro-lira de irritante. A verdade é que sua mania de imitar qualquer som é fantástica, mas um pouco incômoda depois de um tempo. O nome vernacular "soberbo" também não lhe faz jus porque o lira é bem feinho, mas não é justo chamá-lo de "mais irritante" quando temos a araponga-da-amazônia (Procnias albus), também conhecida como pássaro-ferreiro. A araponga é considerada a ave mais barulhenta do mundo. Famosa por suas exibições de cortejo, a araponga atinge volumes de até 125 decibéis. |
Este volume é tão alto quanto uma sirene de ambulância. O ouvido humano pode suportar até 120 dB antes que ocorra um dano permanente, mas qualquer som acima de 110 dB pode ser perigoso, mesmo por curtos períodos.
A araponga é um dos maiores alvos de tráfico de animais silvestres do Brasil, o que a torna também uma grande causa de brigas entre vizinhos por causa de gente sem noção e sem nenhuma civilidade que acha uma boa ideia criar a ave barulhenta sem preocupação com o sossego dos demais.
A araponga tem seu próprio ritual de acasalamento único. Os machos se esgueiram atrás das fêmeas empoleiradas em galhos altos e conforme se aproxima silenciosamente da fêmea, ele abre a boca 180 graus para fazer seu som característico no ouvido dela, muitas vezes derrubando a fêmea de seu galho. Que romântico! Eles repetem essa sequência e, após o término do namoro, a fêmea parte para construir o ninho e criar os filhotes sozinha.
Entre as 4 espécies de araponga, apenas uma não é brasileira: a araponga-da-Nicarágua (Procnias tricarunculatus), que diferente das demais é migratória. A ave se reproduz nas regiões montanhosas da Costa Rica e migra para o oeste de Honduras, Nicarágua e Panamá.
Em vez de uma, o macho tem 3 barbelas longas, finas e pretas que ele usa em exibição com o mesmo chamado extremamente alto que lembra uma campainha de metal sendo tocada e, como esses pássaros são reservados e tímidos, são mais ouvidos do que vistos.
A tendência populacional tanto da araponga-da-amazônia quanto da Nicarágua está em declínio devido à destruição do habitat da floresta onde vivem. A ave brasileira também tem que enfrentar o tráfico de animais. Por essas e outras, a União Internacional para a Conservação da Natureza avaliou o estado de conservação dessas arapongas como "vulnerável".
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