Você conhece aqueles cães cujas patas traseiras não funcionam, mas se deslocam em uma cadeira de rodas, puxando-se com as duas patas dianteiras? É assim que o choco-extravagante (Metasepia pfefferi), também conhecido como choco-flamboiã, se comporta. Se a gente assumisse que os chocos nadam pelo oceano como lulas, polvos e nautilus, estaria quase certo, mas em muito raras ocasiões encontramos uma espécie que prefere atravessar o fundo do mar, usando suas nadadeiras dianteiras para se apoiar nas saliências e fendas. A carne deste cefalópode colorido contém ácidos únicos, tornando-o impróprio para consumo. |
Os cientistas acham que a sépia-extravagante optou por andar em vez de nadar porque seu osso de choco, que é aquela concha achatada e calcária que a gente encontra na praia, é menor, em relação ao tamanho do corpo, do que em outras espécies de choco.
A espinha de choco, que fica cheia de gás quando o choco está vivo, ajuda o choco a manter-se à tona, mas neste caso, não por muito tempo.
- "Eles flutuam na água, se acomodam novamente e voltam a caminhar ao longo do fundo do mar", disse Mark Norman, biólogo marinho da Universidade de Melbourne. - "Ainda é muito estranho para mim ver um choco passear no fundo do mar. Eles realmente se parecem com esses monstros pré-históricos pesados, meio que caminhando por esses antigos desertos negros."
Esse comportamento de andar é apenas uma das coisas estranhas sobre o choco extravagante. A bela espécie é encontrada em toda a costa norte da Austrália, bem como no sul da Nova Guiné e ilhas nas Filipinas, Indonésia e Malásia.
Descrito pelo Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (MBARI), na Califórnia, como uma "máquina de cores perpétua", o choco-flamboiã cria exibições de cores em movimento em sua pele, variando de amarelo, vermelho, marrom e rosa a branco, marrom e preto.
Ele faz isso manipulando os cromatóforos, células pigmentadas e refletoras de luz, em sua pele.
Animais exibindo esse mesmo padrão de cores do choco foram observados usando os antebraços para caminhar ou "passear" ao longo do fundo do mar enquanto agitavam ritmicamente as largas membranas protetoras em seus braços. Este comportamento anuncia uma natureza venenosa: a carne deste choco contém uma toxina única.
Um relatório toxicológico realizado por Mark em 2007 confirmou que o tecido muscular do choco-flamboiã é altamente tóxico, fazendo com que ele seja o terceiro cefalópode considerado venenoso. A pesquisa de Mark Norman com o Museu Victoria em Melbourne, Victoria, Austrália, mostrou que a toxina é tão letal quanto a do outro cefalópode, o polvo-de-anéis-azuis.
A cópula ocorre cara a cara, com o macho inserindo um pacote de esperma em uma bolsa na parte inferior do manto da fêmea. A fêmea então fertiliza seus óvulos com o esperma. Os ovos são colocados individualmente pela fêmea em fendas ou saliências em coral, rocha ou madeira.
Em um caso, cerca de uma dúzia de ovos foram encontrados sob a metade de uma casca de coco virado. Eles foram colocados lá por uma fêmea que os inseriu pelo orifício central da casca. Assim, os ovos ficavam protegidos dos peixes predadores.
Os ovos recém-postos são brancos, mas lentamente se tornam translúcidos com o tempo, tornando o choco em desenvolvimento claramente visível. Desde a emergência, os juvenis são capazes de produzir os mesmos padrões de camuflagem dos adultos.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários