Quando fez sua famosa viagem a bordo do HMS Beagle em 1932, Charles Darwin aportou no Chile, descobriu duas rãs que lhe deixaram boquiaberto. Hoje nomeadas rã-de-Darwin-do-Sul (Rhinoderma darwinii) -em perigo de extinção- e rã-de-Darwin-do-Norte (Rhinoderma rufum) -provavelmente extinta-. As rãs-de-Darwin são mais conhecida por seu métodos únicos de chocar: os machos são ótimos pais exibindo comportamento de ninhada na boca, cuidando de seus girinos em suas bocas ou, mais especificamente, em seus sacos vocais! Mas a coisa toda é bem bizarra. |
O macho guarda os ovos até que os girinos em desenvolvimento comecem a se contorcer, momento em que ele engole os girinos em seu saco vocal onde os ovos eclodem cerca de 3 dias depois. A rã-de-Darwin-do-Norte -se é que ainda existe, pois há mais de 20 anos ninguém avista uma- incuba seus girinos até que eles sejam capazes de comer por sua própria conta e, em seguida, sai do seu ninho para poças d'água, liberando os girinos na água.
No entanto, a rã-de-Darwin-do-Sul espera que os girinos se transformem em bebês-rãs completos dentro do saco vocal, pulando para fora de sua boca cerca de 50 dias depois e o espetáculo é simplesmente horroroso. Quando chega o momento das rãzinhas saírem, o macho começa a ter espasmos e a expulsar os filhotes um por um. E este "parto" bucal dantesco pode se estender por mais de um dia. Não é por acaso que a rã-de-Darwin-do-Sul seja chamada de rã-vomitona.
Não é de se admirar que rãs juvenis demonstrem aloparentalidade assumindo a posição do pai biológico e, muito provavelmente, se arrependendo no processo pois o processo de metamorfose não é 100% eficiente. Explicando: se um pai biológico engolir 12 girinos, ele vai "parir" os 12, um pai adotivo consegue no máximo 2 ou 3.
Infelizmente estes anfíbios fantásticos demonstraram ser altamente suscetíveis à infecção por fungo quítrido anfíbio, o que provavelmente já extinguiu a Rhinoderma rufum. A doença dos anfíbios quitridiomicose promete causar o mesmo estrago Rhinoderma darwinii.
Se Charles Darwin estivesse vivo ainda hoje certamente estaria maravilhado com a capacidade de reprodução destes anfíbios e horrorizado com a capacidade humana de "degradar" todo o mundo.
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