Ameaçador, adaptável e venenoso são três palavras para descrever escorpiões, esses aracnídeos predadores que vagam na Terra há muito tempo; sua história evolutiva remonta a mais de 435 milhões de anos. Existem mais de 2.500 espécies descritas -o Brasil abriga pelo menos 140 delas-, com 22 famílias existentes reconhecidas até o momento. Sua taxonomia está sendo revisada para levar em conta os estudos genômicos realizados no começo do século XXI e o número de espécies pode aumentar exponencialmente. Eles evoluíram para uma variedade de situações ambientais e são sobreviventes. |
Os escorpiões podem ser encontrados em todos os continentes, exceto na Antártica. Os escorpiões têm oito pernas e duas partes principais do corpo: o prossoma e o opistossoma (abdômen). Dois olhos estão no topo do prossoma, e cada lado do corpo apresenta de dois a cinco olhos laterais (até cinco pares). Eles têm pouca visão, apesar de terem muitos olhos.
Seus olhos normalmente distinguem a luz da escuridão e o movimento da quietude. No entanto, seus olhos têm alguns dos níveis de sensibilidade mais altos em comparação com outros artrópodes. Essa sensibilidade é baseada nos tipos de habitats que habitam.
Os escorpiões navegam usando órgãos sensoriais nas pernas. Todos os escorpiões têm órgãos pareados no meio do ventre, conhecidos como pectinas. As pectinas em forma de pente estão atrás das pernas que andam e roçam o chão quando um escorpião se move.
As pectinas têm outros usos; os escorpiões machos os usam para localizar as fêmeas para o acasalamento, e os escorpiões jovens os usam para identificar suas mães.
Embora os escorpiões não tenham realmente uma "cauda", eles têm uma extensão de seu abdômen que se assemelha a uma, conhecida como metassoma. É aqui que vivem suas infames glândulas de veneno e ferrão afiado.
A grande maioria das espécies não ameaça seriamente os seres humanos, e adultos saudáveis geralmente não precisam de tratamento médico após uma picada. Cerca de 25 espécies têm veneno capaz de matar um ser humano, o que acontece com frequência nas partes do mundo onde vivem, principalmente onde o acesso a tratamento médico é improvável.
Infelizmente, temos um representante dos escorpiões mais venenosos do mundo para chamar de nosso: o escorpião-amarelo (Tityus Serrulatus), considerado o segundo escorpião mais perigoso do mundo. No Brasil ele é conhecido por causar acidentes graves com registro de óbitos, sendo que as crianças são as vítimas mais afetadas.
Os escorpiões dessa espécie possuem uma característica rara, chamada de partenogênese. Ou seja, as fêmeas conseguem se reproduzir sozinhas, sem a presença de um macho. Por conta disso, são capazes de gerar até 20 filhotes em uma única gestação.
Os escorpiões são únicos entre os invertebrados porque, são um dos poucos tipos a dar à luz filhotes vivos em vez de botar ovos. Eles são o que chamamos de ovovivíparos, o que significa que os ovos realmente eclodem dentro da mãe e os escorpiões nascem separadamente.
Quando os escorpiões nascem, seus exoesqueletos não estão totalmente desenvolvidos. Como ainda são macios e indefesos, eles cavalgam nas costas da mãe por 10 a 20 dias até que seu exoesqueleto endureça. Então eles rastejam e começam a vida por conta própria.
De fato, todas as espécies conhecidas dão à luz com vida e a fêmea cuida dos filhotes enquanto seus exoesqueletos endurecem, transportando-os nas costas.
Os filhotes nascem com corpo "mole" para que consigam passar pelo canal do parto. Quando surgem, um a um, a mãe forma uma "cesta de nascimento" com suas garras. Os filhotes sabem instintivamente como subir nas costas da mãe, organizando-se na cesta de nascimento de uma forma peculiar ao seu gênero.
O exoesqueleto do escorpião contém produtos químicos fluorescentes e brilha sob luz ultravioleta (vídeo acima). Embora não se saiba ao certo por que essa característica evoluiu, o brilho é causado por uma proteína em seu exoesqueleto que reage com a luz ultravioleta.
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