Alguém já lhe disse 'Você é o que você come"? Não há criatura para a qual isso seja mais verdadeiro do que a abelha. Surpreendentemente, as abelhas-rainhas são geneticamente idênticas às abelhas-operárias. Mas elas são alimentados com uma dieta diferente das operárias durante toda a vida, desde o momento em que são pequenas larvas até o dia em que morrem. Esse plano alimentar diferente faz com que sua fisiologia e comportamento se desenvolvam de maneira completamente diferente das operárias, apesar da mesma base genética. O que é essa comida mágica? É a substância apropriadamente chamada, geleia real. |
Via: Bees4life
A geleia real é uma excreção rica em proteínas das glândulas das abelhas operárias. Pense nela como uma versão do leite materno para as abelhas. Enquanto todas as larvas são alimentadas com geleia real nos primeiros três dias de vida, as larvas escolhidas pelas abelhas operárias para se tornarem rainhas são banhadas em geleia real em "células rainhas" especiais e alongadas durante todo o seu desenvolvimento.
Este tipo de alimentação desencadeia o desenvolvimento da morfologia da rainha, incluindo os ovários totalmente desenvolvidos necessários para a postura dos ovos. Depois que o estágio larval está completo e a abelha rainha emerge, ela é alimentada com geleia real durante toda a vida.
As abelhas-rainhas têm até 1,5 vez o tamanho das abelhas operárias e vivem gerações, são sexualmente maduras -ao contrário das abelhas-operárias que não podem acasalar- e têm um conjunto de comportamentos totalmente diferente das outras abelhas da colmeia. Quando uma colméia precisa de uma nova rainha, ela seleciona até 10 larvas com menos de três dias de idade e começa a alimentá-las com geleia real. A primeira rainha a emergir picará as outras rainhas em desenvolvimento através de suas células, matando-as antes que possam eclodir. Se duas ou mais rainhas chocarem ao mesmo tempo, elas lutarão até a morte!
Via: - Wikimedia/CC BY-SA 3.0
Não é à toa que a geleia real é um produto caro, pois sua produção é um processo meticuloso que requer muita atenção e tempo preciso. Primeiro, um apicultor cria uma pequena colônia de abelhas sem rainha e garante que esta pequena colônia tenha muitas abelhas jovens que trabalharão como enfermeiras na colmeia.
Em seguida, ele insere favos falsos nesta colônia, várias fileiras de favos de plástico ou cera que são do tamanho certo para as abelhas construírem realeiras, cada favo contendo um ovo de abelha, enxertado à mão. Instintivamente, as operárias começarão a criar rainhas para sua colônia, usando os ovos e os favos fornecidos.
As abelhas enfermeiras encherão os favos com geleia real. No momento perfeito -geralmente entre o segundo e o quarto dia de desenvolvimento larval-, o apicultor removerá a geleia real dos favos com uma pequena ferramenta de sucção. Se isso for feito muito cedo ou muito tarde, não haverá geleia real suficiente para colher. Trabalhando desta forma, um apicultor pode colher em torno de 500 gramas durante uma estação de cinco a seis meses.
Via: Planet Bee
Conhecida como o "superalimento da colméia", a geleia real contém muito mais nutrientes do que o mel e é 20 vezes mais cara. Desde a década de 1980, a produção mundial cresceu de 700 para quase 4.000 toneladas métricas. A geleia real pode ser encontrada em sua forma natural, como suplemento de saúde ou em produtos para a pele, e pode custar mais de 800 reais nos apiários do Brasil. Mas a extração da geleia real exige muita precisão, pois o processo só pode ser feito à mão. Diferente do mel, a geleia também é perecível e precisa ser armazenada adequadamente refrigerado após a coleta.
Na cultura antiga, chamada de "alimento dos imperadores, hoje, a geleia real às vezes é aplicada na medicina alternativa sob a categoria de apiterapia, de fato, a crendice fez dela uma verdadeira panaceia. No entanto a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentícia ultimou que não existe nenhuma evidência científica atual que apóie a fundamentação de que seu consumo ofereça benefícios à saúde dos seres humanos. Nos Estados Unidos, a FDA tomou medidas legais contra empresas que comercializavam produtos de geleia real usando alegações infundadas de benefícios à saúde.
Algo que estas empresas de naturoterapia evitam falar é que o consumo de geleia real pode causar efeitos colaterais adversos em pessoas predispostas a alergia com reações de hipersensibilidade. Há um vasto número de estudos que concluíram que a geleia real pode causar reações alérgicas em humanos, desde urticária, asma e até mesmo anafilaxia fatal.
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