No sentido mais real, nenhuma arte é permanente. Esculturas enferrujam, pinturas desbotam, desenhos ficam manchados com o passar do tempo. Mas quando sua obra de arte é tão impermanente que será lavada na próxima chuva, você realmente precisa se apressar. O artista francês Guillaume Legros pinta na grama, areia ou terra. Isso significa que, quando a chuva cai, não apenas seu processo deve terminar, mas toda a obra-prima vai com ele. Sua forma de criar arte é realmente uma prática na impermanência, em produzir beleza e deixá-la ir. É tudo muito zen. |
Via: Guillaume Legros
- "O fato de ter vida curta reflete a ideia de que tudo é impermanente, nada em nossa vida dura para sempre", explicou Guillaume, mais conhecido como Saype na cena artística. - "O afresco é dinâmico. A grama cresce, as flores crescem, chove. Assim a natureza retoma o seu direito sobre a intervenção dos seres humanos, e esta ideia interessa-me particularmente."
Via: Guillaume Legros
Antes apenas pintor de afrescos, Saype se interessou em criar um mural ao ar livre depois de pensar na precária relação entre o ser humano e a natureza, bem como em que tipo de mundo deixaremos para a próxima geração.
Via: Guillaume Legros
Ele resolveu abordar essas questões por meio da arte da terra, embora um modo de arte da terra diferente do que ele já havia visto antes. Saype criou sua própria receita para uma tinta totalmente natural, usando farinha, óleo de linhaça, água e pigmentos naturais.
Via: Guillaume Legros
Livre de quaisquer produtos químicos, a tinta é totalmente segura para o meio ambiente. Pincele-a no topo de uma paisagem e a grama abaixo continuará a crescer. O artista espera que os espectadores saiam da obra tendo experimentado “um toque de humildade”.
Via: Guillaume Legros
Para fazer suas peças, Saype primeiro designa uma determinada região como sua tela, usando piquetes para formar um retângulo. Começa então a pintar, começando pelos contornos e trabalhando nas várias tonalidades e texturas. No final de cada dia, ele verifica seu trabalho em andamento usando um drone para descobrir se são necessárias correções.
- "O exercício é tecnicamente e fisicamente muito intenso", disse Saype. - "Além disso, meu projeto depende do clima, pois, se chover, não posso pintar. Então, eu estou em constante pressão para fazer isso com perfeição e rapidez antes que a chuva chegue."
Saype é um pioneiro no campo da pintura na grama e seu trabalho se enquadra entre a arte da terra e de rua. As obras de arte são visíveis do céu por algumas semanas, depois desaparecem conforme a natureza determina. São reproduzidos em litografias e estampas únicas assinadas pelo artista.
Mesmo depois que a chuva lavar a imagem física dos retratos de Saype, seu significado continuará vivo graças às palavras atenciosas de Saype e às fotos impressionantes que documentam a obra de arte efêmera. Usando uma impressão ambiental mínima e produzindo um impacto emocional máximo, o enorme mural de terra mostra a magia de combinar a Mãe-Natureza com a engenhosidade humana.
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