A busca pelo submarino Titan que desapareceu no último domingo com cinco pessoas a bordo torna-se frenética quando o suprimento de ar do submersível ameaça acabar. À última hora os serviços de resgate estão investigando sons na área de busca que se repetem a cada 30 minutos. O submarino Titan, com apenas 6,7 metros de comprimento, é um submersível operado pela empresa OceanGate, que organiza viagens ao lendário naufrágio desde 2020. Cada assento no Titan custa cerca de US$ 25.000 e oferece a um total de três turistas –que viajavam com o piloto e um cientista -a chance de ver os restos do transatlântico em primeira mão. |
Segundo dica do amigo Rusmea, via Facebook, algo deu errado no último mergulho do Titan e o centro de controle de superfície perdeu contato com o submarino no último domingo, apenas uma hora e 45 minutos após a descida em direção ao Titanic. Desde então, os cinco passageiros a bordo sobrevivem graças a uma reserva de ar de 96 horas que resta muito pouco.
- "Até o momento, os esforços de busca não tiveram sucesso", disse o capitão Jamie Frederick, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, hoje de manhã.
- "A localização desta busca é de cerca de 1.700 quilômetros a leste de Cape Cod, a uma profundidade de cerca de 3.960 metros. É uma área remota, e é um desafio fazer buscas em uma área tão remota", explicou o Almirante da Guarda Costeira dos Estados Unidos, John Mauger, encarregado de dirigir os esforços de resgate. O lendário transatlântico está localizado a uma profundidade de cerca de 3.800 metros e a 600 quilômetros da costa do Canadá. A área de busca, no entanto, está longe de ficar apenas na vertical do Titanic e se estende por mais de 19.600 quilômetros quadrados.
- "Estamos fazendo todo o possível para localizar o submarino e resgatar as pessoas a bordo", continuou John. A busca inclui reconhecimento aéreo de superfície e bóias de sonar para tentar captar sons do submersível. Há apenas algumas horas, na madrugada desta quarta-feira, aviões canadenses captaram sons subaquáticos que se repetem em intervalos de 30 minutos. Os serviços de resgate ainda não ofereceram mais informações sobre esta pista. De fato, ainda não se sabe ao certo se o submersível conseguiu emergir ou ainda está sob a superfície.
- "As próximas horas são críticas", explicou o Dr. Simon Boxall, oceanógrafo da Universidade de Southampton. - "Eles têm muito pouco oxigênio sobrando. Já houve casos trágicos de submarinos militares que acabaram no fundo e tinham mais oxigênio, mas neste caso o prazo é muito curto. Também não há cápsula de escape e nessa profundidade é impossível sobreviver porque a pressão o mataria instantaneamente. Eles dependem completamente de serem encontrados a tempo."
Na verdade, mesmo que eles subissem à superfície e quisessem sair por conta própria, também não conseguiriam, porque a escotilha do Titan é trancada por fora. O incidente desencadeou uma onda de críticas ao submersível e à empresa que o administra. Um documentário da CBS transmitido no ano passado mostrou que o submersível é feito de peças que, em muitos casos, não atendem aos padrões de segurança. O controlador, por exemplo, é um Logitech F710, um controlador de videogame de 2010 que atualmente pode ser adquirido por US$ 30. Não é incomum até mesmo o exército usar controladores de videogame em suas manobras experimentais, mas uma coisa e outra é usar esses componentes em expedições com turistas a bordo.
Aliás, não é a primeira vez que o Titan tem problemas. Em um mergulho anterior, o contato com o submarino foi perdido por cinco horas. A resposta da OceanGate foi cortar a conexão com a internet para que os passageiros não pudessem postar comentários sobre o incidente nas redes sociais.
Ademais o Titan já havia sido alvo de reclamações de segurança de um funcionário da OceanGate, que reclamou especificamente que o submarino não era capaz de descer a tais profundidades extremas antes de ser disparado. De acordo com os documentos do tribunal, em um caso de 2018, o funcionário da OceanGate David Lochridge, um piloto de submersível, expressou preocupação com a segurança do submarino. De acordo com um comunicado de imprensa, David era o diretor de operações marítimas na época, responsável pela segurança de toda a tripulação e clientes.
As preocupações expressas por David vieram à tona como parte de um caso de quebra de contrato relacionado à recusa dele em dar luz verde aos testes tripulados dos primeiros modelos do submersível por questões de segurança. David foi demitido e a OceanGate o processou por divulgar informações confidenciais sobre o submersível Titan. Em resposta, ele entrou com uma reconvenção compulsória onde alegou rescisão injusta por ser um denunciante sobre a qualidade e segurança do submersível. David alegou que em vez de abordar suas preocupações, a OceanGate rescindiu sumariamente o seu contrato de emprego nos esforços para silenciá-lo e evitar abordar as questões de segurança e controle de qualidade.
Nesta viagem, o submersível leva a bordo o CEO da empresa, Stockton Rush. Ele está acompanhado pelo ex-fuzileiro naval francês Paul-Henry Nargeolet, especialista no Titanic e que já submergiu várias vezes para estudá-lo. Os três passageiros são um dos diretores do programa SETI, Shahzada Dawood, seu filho, e o milionário Hamish Harding, que voou para Orbit no foguete Blue Origin com Jeff Bezos em 4 de junho de 2022.
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Comentários
Thiago4, faça o seguinte:
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Que Português sofrível...
Aquele tipo de redator que passa anos sem ler um livro sequer.
Até um tradutor automático é menos penoso.
Misericórdia.