Em 2018, quando estava mergulhando em Manta Point, Nusa Penida, em Bali, Indonésia, Rich Horner decidiu gravar o que as correntes oceânicas decidiram arrastar naquele dia. Em vez de peixes, águas-vivas, raias, plâncton e outras criaturas marinhas, o fundo do paraíso oceânico parecia um chiqueiro, uma lixeira com sacos, garrafas, copos, folhas, baldes, sacolas, canudos, cestos, sacos e mais sacos de plástico! Como esperado, no dia seguinte, o que as correntes trouxeram, as correntes levaram embora, já que ele não viu nenhum plástico/lixo. |
Infelizmente, segundo ele, o plástico continua sua jornada, rumo ao Oceano Índico, para se decompor lentamente em pedaços cada vez menores, em microplástico e contaminas solo marinho e praias. Isso é normal? Não! Segundo Rich durante as monções ele presenciava algumas nuvens de plástico aleatório -mas nunca nada nessa escala-, geralmente na baixa temporada. Então estas imagens são raras porque a maiorias dos mergulhadores não frequenta o Manta Point nesta época do ano.
Por que há tanto plástico em um só lugar? Correntes oceânicas e ventos empurram muito dele, também grandes e pequenos giros o concentram. A corrente de passagem da Indonésia, que domina todo o Triângulo de Coral, que cria os recifes de corais e peixes mais biodiversos, flui para o sul através das dezenas de milhares de ilhas que compõem a região, entre Bali e Lombok. Então, muito lixo acaba flutuando ali.
Para onde vai esse plástico? As correntes que o levam o lixo para a baía irão arrastá-lo novamente. Mas, infelizmente isso realmente não desaparece. O plástico realmente não se decompõe, apenas se desfaz em pedaços cada vez menores enquanto são arrastados de um lado para o outro.
Tal como acontece com todo o plástico no oceano, ele acaba revestido de algas que, por sua vez, peixes, tartarugas, e demais criaturas marinhas adoram comer. Assim, esses pequenos/minúsculos pedaços de plástico serão comidos ainda mais, entrando na cadeia alimentar, junto com as toxinas que eles contêm. Essa cadeia alimentar obviamente acaba desembocando no ser humano.
No início de 2019, as autoridades de Bali declararam uma "emergência contra o0lixo" em 6 km das praias da ilha, mobilizando 700 garis e 35 caminhões. Em alguns dias, eles coletaram até 100 toneladas de lixo. Mas o problema não se limita apenas a Bali, o fato é que muito do lixo vem de Java, a principal ilha da Indonésia.
O Ministro de Assuntos Marítimos e Pescas da Indonésia, em comunicado expressou tristeza com o acúmulo de lixo em Manta Point, dizendo que a Indonésia "deve fazer do oceano nossa varanda, não nosso quintal". Ainda assim, a Indonésia é atualmente o segundo maior poluidor de plástico do mundo, atrás apenas da China. O ministro disse que pretende reduzir os resíduos plásticos marinhos em 70% até 2025, mas claramente há muito mais trabalho a ser feito.
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