Como um peixe-pedra injeta seu veneno?

Conhecido no Brasil como peixe-pedra (Synanceia verrucosa), é uma espécie de peixe peçonhento, encontrado apenas na Nova Zelândia, Austrália e no Nordeste do Brasil. Confundidos facilmente com pedras ou corais, eles sobrevivem até um dia fora d'água. O peixe-pedra de fato é o peixe o mais venenoso conhecido atualmente, e sua ferroada pode ser fatal para crianças ou idosos se não houver cuidados médicos. A maioria das picadas ocorre como resultado de pisar na criatura, enquanto é menos comum que o peixe pique quando é pego. Picadas também podem ocorrer na praia, já que o peixe pode sobreviver fora da água por até 24 horas.

Se uma pessoa pisar no verrucoso, o que acontece reiteradas vezes, o veneno causa dor intensa e intratável, pois nem mesmo a morfina pode aliviar a dor. Tudo o que uma pessoa pode fazer é tentar se colocar em uma posição confortável e aguentar uma dor insuportável durante várias horas. Há inclusive relatos de pessoas que depois de pisarem um peixe-pedra, chegaram a pedir aos médicos que amputassem o membro infectado com o veneno.

O peixe-verrucoso é principalmente marinho e, embora algumas espécies vivam em rios, a maioria vive em recifes de corais perto dos oceanos. A espécie tem potentes neurotoxinas secretadas por glândulas na base de seus espinhos dorsais em forma de agulha, que se destacam quando perturbados ou ameaçados.

O nome vernacular da espécie, peixe-pedra, deriva de sua camuflagem cinza e manchada semelhante à cor de uma pedra. Os nadadores podem não notá-los e inadvertidamente pisar neles, provocando uma picada. Quando o peixe-pedra é perturbado, ele pode injetar uma quantidade de veneno proporcional à quantidade de pressão aplicada a ele. Ele tem a capacidade de estender espinhos afiados e especializados (sabre lacrimal) como um mecanismo de defesa adicional.

O veneno de Synanceia consiste em uma toxina proteinácea chamada verrucotoxina (VTX), que modula a atividade do canal de Ca 2+ através da via β-adrenoceptor-cAMP-PKA. Como dizíamos, em humanos, as picadas podem causar dor intensa, fraqueza respiratória, danos ao sistema cardiovascular, convulsões e paralisia, às vezes podem levar à morte. No entanto, o mecanismo exato ainda não é totalmente compreendido.