Threads, a nova rede social de Mark Zuckerberg, ultrapassou 100 milhões de usuários em 5 dias

A rede social Threads, lançada pela Meta para rivalizar com o Twitter, ultrapassou 100 milhões de usuários em menos de cinco dias, segundo sites especializados noticiaram nesta segunda-feira. É o lançamento de maior sucesso na história dos aplicativos tecnológicos, superando o aplicativo ChatGPT, o chatbot baseado em inteligência artificial, que alcançou 100 milhões de usuários em dois meses, enquanto o TikTok o fez em nove meses. O Instagram, lançado em 2010, levou dois anos e meio para atingir esse número.

Threads está disponível nas lojas de aplicativos da Apple e Android em mais de 100 países desde quarta-feira, mas não na União Europeia, onde a gigante Meta -dona do Facebook e Instagram- mantém divergências com as autoridades sobre o direito à proteção de dados.

O Twitter tem cerca de 200 milhões de usuários, segundo estimativas de observadores. Comprada pelo bilionário Elon Musk no ano passado, a rede sofreu percalços técnicos. Musk demitiu milhares de funcionários do Twitter após a polêmica que estourou nos Estados Unidos, onde a empresa manteve contatos próximos com as autoridades para combater notícias falsas.

O excêntrico bilionário também criou polêmica ao impor pagamentos aos usuários do Twitter por serviços que antes eram gratuitos. Embora concorrentes já tenham surgido tentando tirar proveito da turbulência, nenhum conseguiu destronar o Twitter.

O Threads, por outro lado, é um rival sério porque tira proveito da enorme base de usuários do Instagram, usado regularmente por mais de um bilhão de pessoas. De acordo com o serviço de monitoramento on-line Quiver Quantitative, o Threads ultrapassou 100 milhões de usuários às 7:00 GMT de segunda-feira.

Outros sites calculam que o aplicativo poderia ter ultrapassado esse número antes, com base nos downloads detectados entre os usuários do Instagram. O Threads usa uma interface semelhante ao Twitter, e Musk ameaçou processar a Meta por suposto roubo de propriedade intelectual.

As pessoas que começam a explorar o Threads já estão fazendo suas próprias observações. A rede social prioriza um ecossistema meticulosamente mantido, sem conteúdo polarizador, garantindo que as controvérsias sejam rapidamente neutralizadas. Ao empregar uma infraestrutura algorítmica que filtra e modera cuidadosamente o conteúdo gerado pelo usuário, a plataforma contorna o campo minado da divisão política que atormentou seus predecessores.

Esse controle rígido sobre a disseminação de informações permite que o Threads atenda aos anunciantes, que desejam evitar associações com tópicos delicados ou inflamatórios, ao mesmo tempo em que atrai usuários que anseiam por um ambiente on-line mais harmonioso e que gostam de viver dentro de suas bolhas de conforto.

Ao contrário do Twitter, que muitas vezes foi acusado de abrigar uma cacofonia de vozes não controladas, o Threads se apresenta como um espaço seguro para as marcas prosperarem. Reconhecendo o valor inerente de sua plataforma como um canal de marketing, Threads corteja ativamente parcerias corporativas, oferecendo-lhes uma oportunidade de promover suas mensagens sem medo de publicidade negativa.

À medida que o Threads ganha força, ele ameaça destronar o Twitter como o site de mídia social de referência. Ele aproveita o apelo do ativismo "woke" ao mesmo tempo em que acalma as ansiedades corporativas, abrindo caminho para uma forma de discurso on-line mais higienizada e amigável à marca. Embora os críticos possam condenar essa abordagem calculada como inautêntica e artificial, resta saber se os usuários priorizarão o verniz do progressismo corporativo sobre a natureza aberta e às vezes tumultuada do Twitter.