A lagarta-de-sela tem uma das picadas mais fortes entre os lepidópteros

A rara lagarta-de-sela (Acharia stimulea) é sem sombra de dúvidas um dos tipos de lagartas mais curiosas entre todos os lepidópteros. Nativa da América do Norte, também pode ser encontrada em alguns países da América Central e Colômbia. Em seu instar primário são completamente verdes e bem comuns. Mas nas etapas de desenvolvimento intermediário e tardio elas mudam completamente, seu corpo começa a adquirir desenhos chamativos em verde, marrom e branco, desenvolvendo pequenas espinhas ou pelos urticantes em forma de sela, daí seu nome.

Via: Gerald J. Lenhard - Wikimedia/CC BY-SA 4.0

De fato, ela desenvolve um coloração aposemática vibrante e distinta para avisar seus predadores tomarem cuidado. É como se ela gritasse:

- "Nem pensa em me comer!"

Ao longo da parte anterior, posterior e saia da lagarta existem tubérculos que contêm espinhos ocos ameaçadores. Embora esses espinhos por si só sejam intimidante, eles na verdade vão um passo além ao agir como um mecanismo de defesa, pois estão conectados a uma glândula que secreta veneno que, quando quebrada, é liberada em predadores ou jardineiros desavisados.

Via: Andy Reago & Chrissy McClarren - Wikimedia/CC BY-SA 4.0

Esses espinhos são geralmente laranja ao longo da saia da lagarta e laranja ou preto ao longo dos tentáculos presentes em ambas as extremidades do corpo. As larvas usam isso defensivamente, enrolando-se para fora, de modo que seus espinhos sejam inevitáveis para um predador. Os espinhos também são usados no casulo de seda para protegê-lo ainda mais durante a metamorfose.

Via: Judy Gallagher - Wikimedia/CC BY-SA 4.0

Os dois últimos instares da lagarta-de-sela são conhecidos por ter uma das picadas mais fortes e, devido a ela ser comumente encontrada em plantas ornamentais, os jardineiros correm maior risco de exposição acidental. Os espinhos ao longo da lagarta, quando quebrados, liberam a toxina irritante em suas vítimas que é conhecida por causar urticária aguda em humanos.

Para piorar, esses espinhos são frágeis e podem ser transportados pelo ar e embutidos em superfícies. Os espinhos podem ser removidos usando fita adesiva sobre a área infectada, com um novo pedaço de fita usado para cada tratamento.

Os sintomas podem ser leves ou graves e podem durar de algumas horas a alguns dias, dependendo da sensibilidade dos infectados e podem ser aliviados através de medicamentos prescritos caso a caso. Alguns dos sintomas incluem dores de cabeça, conjuntivite, dificuldade em respirar, sintomas gastrointestinais, complicações da asma, choque anafilático e hemorragia. Compressas de gelo, anti-histamínicos tópicos e orais ajudam a aliviar a dor.