Originalmente, karakuri era o termo japonês geral para objetos mecânicos e, hoje, karakuri ningyo refere-se principalmente aos marionetes mecânicos tradicionais japoneses, geralmente autômatos, destinados à diversão e lazer. Diz-se que a etimologia de karakuri foi a forma adverbial nominalizada do verbo karakuru, que significa "mover algo puxando as cordas ligadas a ele", e segundo antigas escritas indicam que a palavra karakuri era usada já em final do século XVI. |
Uma das primeiras referências registradas no Japão a dispositivos de autômatos semelhantes foi o shinansha, um antigo veículo chinês com uma bússola cuja agulha sempre apontava para o sul, que veio da China no período Heian.
Era um karakuri prático que sempre apontava para o sul, utilizando o movimento diferencial das rodas esquerda e direita, semelhante ao odômetro criado por Leonardo da Vinci. Portanto, o karakuri tem uma longa história. Aliás, naquela época, apenas os aristocratas desfrutavam dele pois costumavam ser bem caros.
De fato, os karakuri foram desenvolvidos no Japão após a introdução da tecnologia européia de fabricação de relógios no início do século XVII, durante o período Sengoku. As engrenagens e cames usados na fabricação de relógios foram usados para criar bonecos em movimento. O país abraçou a performance mecanizada de marionetes como uma forma de entretenimento, e tornou-se popular durante o período Edo, que foi considerado a idade de ouro da construção e uso do karakuri.
Os karakuri eram inicialmente conhecidos apenas pelos japoneses de classe alta, como kuge e daimyo (senhores feudasi japoneses), como os únicos membros da sociedade ricos o suficiente para comprá-los. No entanto, o karakuri ganhou ampla popularidade por meio de seu uso como parte de carros alegóricos durante festivais de rua.
Em 1662, o relojoeiro Takeda Omi completou o primeiro butai karakuri, um karakuri projetado para apresentações de palco, no bairro de Dōtonbori em Osaka. Ele então construiu vários desses grandes bonecos para exibições teatrais, e o teatro foi transmitido por várias gerações de sua família.
No século 19, Tanaka Hisashige, o fundador da Toshiba, ganhou reputação por fabricar fantoches karakuri tecnicamente sofisticados. Suas obras-primas são Yumi-hiki-doji (menino atirador de flechas) e boneca Moji-kaki (boneca que escreve cartas).
De acordo com Kirsty Boyle, aluna de um dos últimos mestres de marionetes karakuri no Japão, a tradição se concentra na arte de ocultar a tecnologia com a crença de que evocaria sentimentos e emoções com mais eficácia. Nota-se também que, embora o boneco karakuri se assemelhe à figura humana, ele possui uma forma de movimento decisivo que apresenta deslocamentos rápidos que não podem ser captados a olho nu.
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