Pais e filhos reagem ao fato de suas filhas ou mães serem assediadas na rua

Devo confessar que fiquei incomodado e bastante embaraçado com as imagens deste vídeo. Primeiro porque não compactuo desta prática e segundo porque realmente não sabia que isto estava tão estendido desta maneira. O fato é que uma pesquisa on-line lançada em 2018 por uma organização sem fins lucrativos chamada Stop Street Harassment oferece algumas das evidências sobre a prevalência de assédio sexual que ocorre nas ruas. Descobriu-se que 81% das mulheres e 43% dos homens sofreram algum tipo de assédio sexual, na forma de formas verbais de assédio sexual, como assobios ou comentários indesejados de natureza sexual.

Quando vi as imagens fui tentado a pensar que no Brasil não acontece tal coisas, mas não é bem assim. Uma pesquisa realizada no Brasil chegou a um número muito próximo.

Realizada pela agência internacional antipobreza ActionAid, o estudo constatou que 86% das brasileiras já sofreram assédio em espaços públicos de suas cidades, incluindo condutas indesejadas, ameaçadoras e abusivas contra mulheres que podem assumir a forma de abuso verbal, físico, sexual ou emocional.

A conclusão que eu cheguei é que as mulheres não recebem "cantadas" quando um homem está andando com elas, então muitos homens não sabemos o que acontece quando uma mulher anda sozinha. O canal The Scene configurou uma câmera para registrar instâncias de assédios e, em seguida, mostrou a filmagem aos pais ou filhos das mulheres para mostrar a eles o que acontece quando sua filha ou mãe caminha em uma rua da cidade. É uma experiência reveladora. Contém linguagem e texto impróprios.

O terceiro homem, que é mais velho, demora um pouco para perceber a intenção por trás dos elogios -porque ele realmente acha que sua filha é linda-, mas quando o faz, fica chateado. Nenhum homem quer que seus entes queridos experimentem isso. A questão é que não possamos mais elogiar as pessoas para criar laços sociais e consequentemente românticos, a questão é que existem locais mais apropriados para fazer isso -um barzinho por exemplo-, com educação, respeito e elegância -correio elegante- e sem insistência.

Ao mesmo tempo, é triste que seja necessária uma experiência pessoal para esclarecer a questão, porque as mulheres que não são seus entes queridos também são tratadas dessa maneira.