Já se perguntou quais são as chances de um determinado destino ao longo da vida? Talvez seja ser atingido por um raio, escorregar em uma banana ou as chances de um avião cair. Como humanos, temos essas perguntas que surgem em nossas cabeças, algumas podem parecer ridículas ou até impossíveis, mas isso não nos impede de pensar nelas. Mas chuvas de meteoros, tempestades com raios... essas coisas acontecem regularmente, então não é impossível imaginar quais são as chances de algo ruim acontecer. Então, quais são as chances de sermos atingidos por um meteorito? Poucas, quase infinitesimal. |
Como os meteoritos podem ser muito pequenos em tamanho, e há apenas 5% dos meteoros que chegam ao solo da Terra, as chances são incrivelmente baixas de sermos atingidos por um. Estima-se que a chance de ser atingido por um meteoro é de uma em 840 milhões. Isso só ocorreu duas vezes na história registrada: a primeira quando uma senhora chamada Ann Hodges foi atingida por um meteorito em 30 de novembro de 1954, enquanto dormia em casa, mas não se machucou. A segunda ocorreu no começo do mês passado na França e também não feriu a mulher cujo nome não foi revelado.
E qual é a probabilidade de um meteorito atingir um carro? Bem pequenas também mas ocorreu em 9 de outubro de 1992, quando uma bola de fogo brilhante atravessou o céu noturno sobre o leste dos Estados Unidos, assustando milhares de espectadores que assistiam às partidas semanais de futebol americano do ensino médio que aconteciam na Costa Leste.
Michelle Knapp na garagem com sua Malibu alguns dias após o impacto histórico.
A bola de fogo, que as testemunhas descreveram como sendo mais brilhante que a lua cheia, estava viajando quase horizontalmente e indo para o nordeste. Em apenas quarenta segundos, o meteorito cruzou quatro estados viajando 700 quilômetros pela atmosfera. O calor intenso e o atrito quebraram a rocha espacial em mais de 70 pedaços, vários dos quais eram grandes e rápidos o suficiente para produzir suas próprias trilhas brilhantes. Um pedaço consideravelmente pesado do meteorito, do tamanho de uma bola de boliche, finalmente tocou o solo em Peekskill, Nova York, com um grande estrondo.
A estudante do ensino médio então com 17 anos, Michelle Knapp, estava assistindo televisão na sala de estar de seus pais quando ouviu um estrondo do lado de fora. Michelle correu para fora para investigar o barulho. Lá ela encontrou, parado na entrada da garagem, seu Chevy Malibu 1980. O porta-malas do Malibu estava torcido e amassado com um buraco. Uma pedra de mais de 12 quilos estava sob o carro, cravada no asfalto. Ainda fumegava e cheirava a ovo podre. A rocha por pouco não atingiu o tanque de combustível.
A mãe de Michelle Knapp inspecionando os danos ao carro de sua filha.
Compreensivelmente, Michelle não estava feliz; ela havia comprado recentemente o carro por 400 dólares de sua avó. Ela fez o que qualquer outra pessoa teria feito: chamou a polícia e relatou um ato de vandalismo. Foi um vizinho que raciocinou que vândalos não podem atirar pedras daquele tamanho nos carros e presumiu que a pedra era do espaço sideral.
A suspeita se mostrou correta quando, no dia seguinte, um curador do Museu Americano de História Natural de Nova York confirmou que o objeto era de fato um meteorito, o mesmo que cruzou o céu do nordeste distraindo jogadores, treinadores e torcedores durante as partidas de futebol.
Foi esse timing impecável do meteorito Peekskill que o tornou um dos eventos de meteoritos mais testemunhados e registrados da história. Dezenas de espectadores dos jogos de futebol do colégio levaram câmeras de vídeo com eles, e quando o meteorito brilhou sobre suas cabeças, muitas dessas câmeras viraram para o céu, para o evento breve, mas impressionante.
Até 16 observadores diferentes de vários locais gravaram o evento em vídeo, um recorde que não foi quebrado até 2013, quando um meteoro explodiu sobre a Rússia. Os dezesseis vídeos da bola de fogo feitos de múltiplas perspectivas possibilitaram aos cientistas determinar a trajetória exata do meteorito. De fato, Peekskill é um dos poucos meteoritos cuja órbita é conhecida com precisão.
Quanto ao carro, Michelle não perdeu tempo diante das muitas ofertas de compra que recebeu pelo carro, vendendo o a um renomado colecionador de meteoritos por um valor que era quase cinco vezes a ordem de grandeza do que Michelle havia pago. Mas a passagem do tempo revelaria que ela fez um mal negócio, pois desde então, o carro foi exibido em várias cidades do mundo, incluindo Paris, Tóquio, Munique e muito mais. Em 2012 o Chevy Malibu acabou sendo adquirido pela coleção Macovich de Meteoritos por 5 mil dólares.
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