A saga épica do cinema mudo "Os Nibelungos - A Morte de Siegfried", lançada em dois filmes com mais de duas horas cada, revela o verdadeiro talento de Friedrich Christian Anton Lang, mais conhecido como Fritz Lang, como contador de estórias. A produção alemã de 1924 foi filmada na sua maior parte em grandiosos cenários, construídos dentro de um estúdio, apresentando figurinos deslumbrantes. Para completar, o filme traz efeitos visuais que dão vida aos aspectos mágicos da estória e que elevam os truques circenses de Georges Méliès a outro patamar nunca antes visto até então. |
Como resultado, a narrativa fluída de "Os Nibelungos – A Morte de Siegfried sedimentou a linguagem cinematográfica como meio eficiente para contar enredos complexos. Talvez o mais majestoso dos épicos de duas partes se deva ao fato de que é uma obra corajosa e alucinante, um filme em que cada plano pode, por si só, perdurar como um exemplar de arte visual. Seus cenários extraordinários, temas arquetípicos e ambição desenfreada provaram ser uma inspiração para quase todos os ciclos de fantasia que surgiram na tela desde então: de "Guerra nas Estrelas" a "O Senhor dos Anéis.
O filme contém a primeira representação de um dragão em filmes. A representação do dragão no filme foi uma conquista técnica notável. O dragão foi animado usando uma técnica de stop-motion, que exigia seis operadores ao mesmo tempo. Este foi um processo muito trabalhoso, mas resultou em um dragão incrivelmente realista que foi um dos primeiros de seu tipo.
Na Parte Um, Siegfried, o herói homônimo do filme adquire o poder da invencibilidade após matar um dragão e banhar-se no sangue da criatura. Mais tarde, uma aliança por casamento entre o herói e o clã real dos Nibelungos torna-se traiçoeira, com a única fraqueza de Siegfried explorada.
Na Parte Dois, "Kriemhild Rache" ("A vingança de Kriemhild"), a viúva de Siegfried viaja para a remota terra dos hunos para se casar com o monstruoso Átila e, assim, recrutar suas forças em um ato de vingança que culmina em massacre, conflagração e, sob os auspícios de Lang, uma das sequências finais mais emocionantes e aterrorizantes de todo o cinema.
Adaptado do mito que serviu de base para o ciclo do Anel de Wagner -embora não seja uma adaptação das próprias óperas-, a pintura de Lang emprega seu próprio contraponto por meio de uma série viral sistemática de padrões geométricos perturbados e a cativante qualidade kabuki das atuações dos atores. O resultado é um filme de poder expressionista surpreendente e um ápice da arte de Fritz Lang.
O primeiro vídeo é só um trechinho para quem quiser fazer seu primeiro contato com a obra. O segundo mostra a Parte Um remasterizada e colorizada (mais ou menos) o vídeo compartilhado logo abaixo mostra as duas partes com quatro horas e 50 minutos de duração, embora sem remasterização.
Os cenários de ambos os filmes foram co-escritos pela então esposa de Fritz, Thea von Harbou, com base no poema épico Nibelungenlied escrito por volta de 1.200. O filme estreou no Reino Unido no Royal Albert Hall em Londres, onde foi exibido por 40 apresentações entre 29 de abril e 20 de junho de 1924. Siegfried só chegou ao resto do mundo nos anos posteriores.
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