No começo desta semana falamos do caso inverossímil da criança indiana que afirmava que era a reencarnação de uma mulher que morrera alguns anos antes. Este, de fato, foi um dos casos de paranormalidade mais famosos do século XX, mas não foi o único. Tudo começou quando Dorothy, de três anos, estava brincado em sua casa e acidentalmente caiu de um lance de escadas, bateu a cabeça e ficou inconsciente. Quando seus pais a descobriram ela não estava respirando. Eles chamaram um médico que depois de examiná-la disse que não havia nada que ele pudesse fazer, pois a menina estava morta. |
Enquanto tinham aquela conversa arrastada e cheia de lamentos, eles ouviram um barulho vindo do quarto de Dorothy, eles correram escada acima e lá estava ela brincando em uma sala como se nada tivesse acontecido. O médico examinou-a novamente, não havia sinais de ferimento e ele não tinha nenhuma explicação para o que havia acabado de presenciar. Ele disse que parecia que a menina tinha voltado dos mortos. Ele não percebeu o quão certo ele estava.
Até sua queda da escada e sua ressurreição, Dorothy Louise Eady, nascida em 1904 em Londres em uma família da classe trabalhadora, era uma menina normal, mas depois da queda ela começou a ter pesadelos noturnos. Sua mãe a acordava e Dorothy lhe contava sobre o sonho que ela estava vivendo em um enorme prédio com colunas cercado por árvores e grandes jardins. Era sempre o mesmo sonho e Dorothy dizia a mesma coisa para a mãe: que queria ir para casa. Quando a mãe dizia que ela já estava em casa Dorothy ficava frustrada e deprimida e às vezes se lamentava com um forte sotaque estrangeiro.
Isso era tão perturbador que os pais de Dorothy tiveram dificuldade em encontrar uma babá para a menina quando ela tinha quatro anos. Seus pais planejaram um dia no Museu Britânico, mas como não conseguiram encontrar ninguém para cuidar da filha, a levaram junto. Foi então que as coisas ficaram realmente estranhas. Conforme o esperado Dorothy, de quatro anos, ficou entediada no museu, arrastava os pés, fazia birras e agia como a maioria das crianças agiria, mas o humor de Dorothy mudou drasticamente quando chegaram à exposição egípcia.
Dorothy ficou deslumbrada pelos artefatos, mas quando viu as estátuas egípcias, ela se soltou das mãos da mãe e correu loucamente pelos corredores. Dorothy corria de estátua em estátua, beijando seus pés e gritando com as pessoas por usarem sapatos na presença dos deuses.
A mãe de Dorothy ficou mortificada com comportamento de sua filha, mas então Dorothy parou de repente e ficou silenciosa, quando seus pais a encontraram na frente de uma caixa de vidro congelada. Ela estava olhando fixamente para o rosto de uma múmia egípcia. A mãe assustada tentou pegar a filha no colo, mas se negou e em seguida disse:
- "Este é meu povo!"
A mãe finalmente conseguiu arrastá-la para fora do museu, mas sempre que a família tinha tempo livre eles voltavam para a exposição egípcia o único lugar onde a menina parecia se sentir feliz e em paz. Quando Dorothy tinha sete anos seu pai comprou para ela uma enciclopédia infantil sobre antiguidade. A menina começou a demonstrar uma grande fascínio pelo Egito antigo e tentava ler hieróglifos e se autodenominou "Bentreshyt".
Esse comportamento incomum intensificou-se com o tempo. No início da adolescência, Dorothy explicava detalhadamente os rituais religiosos egípcios e corrigia os arqueólogos em suas interpretações de textos hieroglíficos. Ela também falou com carinho de sua "casa" em Abidos, uma antiga cidade egípcia.
Dorothy afirmou ser a reencarnação de Bentreshyt, uma sacerdotisa egípcia que viveu durante a 19ª dinastia por volta de 1290 a.C. Ela disse que Bentreshyt se apaixonou pelo faraó Seti I e cometeu suicídio após sua morte.
Nesse ínterim, Dorothy falava muito abertamente sobre a reencarnação e não se importava com o que alguém pensava que ela era, e isso era um problema para uma adolescente na década de 1920. Seus pais toleravam o que eles pensavam que era apenas uma excentricidade, mas outras pessoas não perdoaram tanto. Em um domingo à tarde, um padre apareceu na porta dos Eadys e disse que Dorothy não era mais bem-vinda na escola dominical, porque se recusou a cantar um hino que falava mal do Egito.
Aos 20 anos, Dorothy mudou-se para o Egito e conseguiu emprego em escavações arqueológicas em Abidos e no Cairo. Ela surpreendeu os estudiosos com sua familiaridade com a localização dos templos e sua capacidade de traduzir textos complexos e identificar artefatos. De fato, a mulher conseguiu identificar passagens para câmeras mortuárias que os egiptólogos não tinham nenhum conhecimento.
Dorothy tornou-se especialmente próxima do renomado arqueólogo britânico Sir Ernest Alfred Thompson Wallis Budge, que ficou surpreso com sua experiência. Em uma carta de 1924, ele declarou:
- "Nunca conheci uma mulher como Dorothy Eady. Ela sabe muito mais sobre o Egito Antigo do que qualquer pessoa viva."
Dorothy ganhou o apelido de "Omm Sety", que significa "coisa sagrada", por seu conhecimento misterioso de todas as coisas egípcias. Ela publicou vários livros sobre suas memórias de vida como Bentreshyt.
De acordo com o falecido John A. Wilson, chefe do Instituto Oriental, e chamado de "reitor da Egiptologia Americana" pelos contemporâneos, Omm Sety merecia ser tratada como "uma estudiosa responsável". Ela foi uma fonte de estudos modernos que buscavam compreender como as práticas religiosas antigas tradicionais sobreviveram até os tempos modernos, como "costumes populares" praticados pelos egípcios modernos, coptas e muçulmanos.
Ao contrário de outras pessoas que afirmavam ser figuras reencarnadas do antigo Egito, ela foi tratada com respeito pelos egiptólogos e, embora ninguém subscrevesse publicamente os fenômenos que ela relatou, ninguém duvidava da sua sinceridade e muitos usaram as suas observações do passado e do presente Egito como fonte confiável.
- "Omm Sety é uma mulher viva, inteligente e dedicada que fez contribuições reais à egiptologia", disse o cético Carl Sagan depois de conhecê-la. - "Isto é verdade quer a sua crença na reencarnação seja um fato ou uma fantasia."
Ele ressaltou que não havia nenhum registro independente, além de seus próprios relatos, para verificar o que ela alegou. Em sua opinião, embora funcionasse de maneira sólida e construtiva na maioria dos aspectos de sua vida adulta, ela no entanto carregou fortes fantasias de infância e adolescência" para a idade adulta.
O famoso psicólogo Michael Gruber observou que Omm Sety vivia "uma vida funcional na chamada realidade cotidiana", incluindo trabalho em egiptologia, bordado, confecção de joias e convívio com as pessoas. As experiências relatadas enriqueceram tanto sua vida que seria uma perda extrema tê-la visto simplesmente como alguém que estava alucinando.
Um artigo do New York Times de 1987 descreveu uma biografia dela como uma "história de caso moderna intrigante e convincente da crença na reencarnação". Ela faleceu em 1981, depois de dedicar grande parte de sua vida a reavivar o interesse pela história e cultura egípcia antiga.
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