A principal causa de morte na Guerra Civil Americana foi a diarreia

Antes da guerra, no século XX, as doenças eram a causa de morte número um dos combatentes. Das 620 mil mortes militares registradas na Guerra Civil americana, cerca de dois terços morreram de doenças. No entanto, estudos recentes mostram que o número de mortes esteve provavelmente próximo de 750.000. Condições de superlotação, falta de higiene, ausência de eliminação sanitária de lixo e dejetos humanos, dietas inadequadas e nenhum tratamento específico para doenças eram uma fórmula para o desastre. As doenças geralmente eram tratadas tentando aliviar os sintomas.

A vacinação contra a varíola, frutas cítricas e vegetais frescos para o escorbuto e quinino para a malária estavam entre as únicas terapias específicas e válidas. Não havia compreensão das bactérias como causa de doenças ou infecções transmitidas por insetos. À medida que a guerra avançava, o número total de casos de doenças diminuiu devido à melhoria na alimentação, saneamento e higiene.

As histórias da Guerra Civil sobre ações e aventuras heróicas no campo de batalha preenchem milhares de volumes. A morte indigna de centenas de milhares de pessoas que tiveram mortes horríveis, por vezes dolorosas, devido a doenças e infecções de feridas contradiz a imagem do nobre soldado.

No início da guerra, os soldados construíam rotineiramente latrinas perto de riachos, contaminando a água de outras pessoas a jusante. Durante a Guerra Civil Americana, a diarreia foi a principal causa de morte. Os soldados aderiram a um código de honra, abstendo-se de atirar contra aqueles que estavam no meio do chamado da natureza. Dos quase 750 mil soldados que morreram, 95 mil sucumbiram de diarreia ou disenteria. Surpreendentemente, para cada soldado que caiu no campo de batalha, dois sucumbiram à doença.

Milhares de pessoas afetadas foram para a batalha fatigadas com dores abdominais, mal-estar e desidratação. Se feridos, muitas vezes morriam devido ao seu mau estado constitucional. O total de casos registrados na União foi de 1.528.098.

A segunda doença mais comum foi a malária, com mais de 1,3 milhões de casos e mais de 10.000 mortes. A segunda principal causa de morte foi a febre tifóide. Foi incluída com outras 'febres contínuas' vagas e descrita como doença tifomalárica ou febre do acampamento. Houve 148.631 casos nas tropas da União, com 34.833 mortes. A pneumonia também foi uma causa significativa de morte, 77.335 casos e 19.971 mortes. A tuberculose matou 6.946 dos 29.510 infectados.

Os Estados Unidos era uma nação agrícola. As pessoas das zonas rurais foram expostas pela primeira vez a doenças mortais na infância e a outras doenças para as quais não tinham imunidade. A aglomeração em grande número significava exposição à varíola, sarampo, catapora, difteria e caxumba. A varíola, para a qual havia vacina disponível, matou 7.058 dos 18.952 infectados. O sarampo infectou 76.318, matando 5.177.

As doenças sexualmente transmissíveis eram um outro problema. Houve 102.893 casos de gonorreia e 79.589 casos de sífilis, com apenas cerca de 130 mortes. A diretriz de 1863 do General da União Joseph Hooker para melhorar a moral dos soldados, permitindo a entrada de prostitutas em seu acampamento, associou para sempre seu nome às prostitutas.

Todas as doenças físicas e psiquiátricas comuns foram encontradas, incluindo doenças reumáticas, tifo e cólera. Foram registrados 30.714 casos de escorbuto. Os médicos da Guerra Civil trabalharam com conhecimentos e terapias inadequados para lidar com o maior número de pessoas doentes encontradas na América no século XIX. Dezenas de milhares de pessoas abandonaram o serviço militar com doenças intestinais e pulmonares crônicas que os mataram na década seguinte.