O teste de gravidez baseado na urina já era realizado pelos egípcios em 1.350 a.C.

Embora não seja intuitivo que a análise da urina seja a chave para a detecção da gravidez, a maioria dos testes de gravidez históricos, por razões desconhecidas, concentraram-se apenas nisso. Na Europa, a partir da Idade Média, os "Profetas do Mijo" afirmavam ser capazes de prever a gravidez com uma variedade de testes de urina bizarros. Eles acreditavam que a urina das mulheres grávidas enferrujava um prego, mudava a cor de uma folha ou abrigava pequenas criaturas vivas. Com base no que sabemos hoje, é improvável que algum desses testes tenha sido realmente capaz de detectar corretamente a gravidez.

No entanto, o primeiro dos testes modernos que conseguiu detectar a gravidez com precisão não foi menos bizarro. Este teste foi desenvolvido em 1927 pelos cientistas alemães Selmar Aschheim e Bernhard Zondek. Eles descobriram que injetar urina de uma mulher grávida em camundongos fêmeas sexualmente imaturos faria com que os ovários do camundongo crescessem e produzissem óvulos.

Talvez você tenha se deparado com uma pergunta candente que provavelmente não esperava fazer hoje: por que o xixi de uma mulher grávida faz um camundongo jovem ovular? A resposta curta é que a urina das mulheres grávidas contém uma mistura única de hormônios.

A comprida é que uma mulher engravida quando um óvulo liberado de seu ovário é fertilizado por um espermatozóide. Esse óvulo fertilizado começa a se transformar em um embrião e libera um hormônio chamado hCG, também conhecido como gonadotrofina coriônica humana, que se acumula no corpo da mulher durante o início da gravidez. Como todos os hormônios, o hCG envia um sinal. A função específica do hCG é dizer ao útero para interromper o ciclo menstrual regular da mulher e se preparar para a gravidez.

Como os hormônios são excretados na urina depois de terminarem de enviar seus sinais, a urina das mulheres grávidas contém hCG, enquanto a urina de quem não está grávida não contém. Acontece que o hCG faz com que os ratos ovulem, permitindo que o teste de Aschheim e Zondek detecte a gravidez. Desde a invenção deste teste, todos os testes de gravidez modernos concentraram-se na detecção de hCG.

Quando chegou às lojas na década de 1970, o teste de gravidez Predictor, fabricado pela Organon Pharmaceuticals, custava em torno de 80 reais. Em junho de 2015, a casa de leilões Bonham's vendeu o protótipo original, juntamente com a primeira versão do teste para o consumidor, por 60 mil reais.

O Predictor foi ideia de uma designer freelance chamada Margaret Crane, que foi contratada na Organon em 1967 para trabalhar em uma nova linha de cosméticos. Ao visitar o laboratório da empresa, ela notou vários tubos de ensaio suspensos sobre uma superfície espelhada. Eram testes de gravidez. Cada tubo de ensaio continha reagentes que, quando combinados com a urina de uma mulher grávida, exibiam um anel vermelho na base do tubo de ensaio, refletido no espelho.

Inspirada, ela começou a trabalhar desenvolvendo uma versão simplificada do teste: em sua casa em Nova York, ela montou um porta-clipes de plástico, um espelho, um tubo de ensaio e um conta-gotas, e apresentou seu kit à Organon alguns meses depois. mais tarde. Em 1969, a empresa solicitou uma patente em seu nome.

No entanto, o teste de gravidez baseado na urina não é prática da Idade Contemporânea, senão que começou há mais de três mil anos, no antigo Egito. De acordo com alguns registros disponíveis, o teste de gravidez no antigo Egito era feito urinando em sacos de sementes de trigo e cevada.

Se o grão germinasse, a mulher estava grávida. Se a cevada brotasse primeiro, o bebê seria um menino; se o trigo brotasse primeiro, o bebê seria uma menina. Isto era surpreendentemente preciso, com uma taxa de sucesso de 70-85%.

Este método foi registrado em um texto de papiro por volta de 1350 a.C. (acima). Os antigos egípcios acreditavam que a urina das mulheres grávidas continha uma mistura única de substâncias (hormônios) que poderiam promover o crescimento das sementes. O papiro, guardado na Universidade de Copenhagen há 80 anos, é, em essência, um prontuário médico de 3.500 anos, que contém o teste de gravidez baseada na urina de um lado e uma receita bizarra do outro.

Gordura de touro , sangue de morcego e burro, coração de lagarto, cerâmica pulverizada e uma pitada de mel. Essa receita bizarra não é um feitiço, mas sim uma receita de tratamento contra a triquíase, cílios encravados, doença que ainda hoje está presente no Egito.