Reflexos de Uyuni – Água na maior planície de sal do mundo

Reflexos de Uyuni , uma coleção de cenas surreais da Bolívia, América do Sul que mostram o Salar de Uyuni. Com 11.000 km2, e mais de 10 bilhões de toneladas de sal, é a maior planície de sal do mundo. Os reflexos produzidos pelas águas que inundam o local na época das chuvas são os principais protagonistas para qualquer fotógrafo. O local nos convida a sonhar com imagens impossíveis de outro mundo, onde o céu encontra a terra formando uma miragem infinita. Assistir o desfile de um grande grupo de flamingos também é uma lembrança que durará a vida toda, mas há que adentrar uns 20 quilômetros na salina para vê-los.

Parece uma paisagem brilhantemente pacífica e imaculada, localizada a mais de 3.600 metros acima do nível do mar. Diz-se popularmente que no Salar de Uyuni a terra encontra o céu, mas isso só é notório na época das águas, quando, francamente, não dá para chegar lá de bicicleta.

Sim, aquelas pessoas, que tiram fotos pedalando sobre espelhos de água, só chegam em Uyuni com caminhonetes traçadas e então colocam a bike no chão. E, mesmo na época das secas, para chegar e sair de lá há que enfrentar trilhas e mais trilhas de areião, o pesadelo dos ciclistas.

Por isso eu fui até lá duas vezes. Na primeira, foto que ilustra este post, atravessei o deserto pedalando, de fato, o maior deserto de sal do planeta é uma dessas pedaladas que você acha que não precisa ver mais nada na vida.

Há que ter em mente que quem não está acostumado com grandes altitudes poderá sentir os efeitos do mal de montanha. Por isso é aconselhável aclimatar por pelo menos 24 horas antes do passeio, isto é, passar pelo menos um dia em um local de considerável altitude para dar tempo para o corpo se acostumar com a diminuição do oxigênio no ar.

Da segunda vez, aluguei uma 4x4 e fui na época das águas, em meados de janeiro. Foi surreal e parecia ainda mais bonito pessoalmente do que em fotos ou vídeos. Devo confessar que o espetáculo dos reflexos e da ilusão de ótica provocada pela profundidade de campo é tão deslumbrante e monumental, que comecei a chora do nada.

Há uma tradição que se você for a Uyuni e não tirar uma foto pedalando pelado, realmente você não foi até lá. Eu fui!