Muitos benefícios em diversas esferas vêm com esses sistemas. O cultivo simultâneo de arroz e peixe é uma prática que se acredita ter mais de 2.000 anos já a policultura de arroz e patos tem cerca de 1000 anos. Antigos modelos em argila de campos de arroz contendo peças em miniatura, e mais especificamente peças em miniatura de peixes como a carpa comum e de patos, foram encontrados na China antiga.
Embora a localização exata dos primeiros sistemas arroz-peixe-pato seja desconhecida, acredita-se que o sistema se originou algures na Ásia continental em países como a Índia, Tailândia, norte do Vietnam e sul da China. A teoria mais comum é que o processo começou na China por serem considerados precursores da aquicultura com sistemas fortemente desenvolvidos para a época.
Hoje em dia a policultura mais comum é a do arroz-pato, porque a aquicultura chegou a um estágio em que criar os peixes nos arrozais não é mais vantajoso economicamente.
Vários países utilizam diferentes formas agrícolas para colher arroz, mas certas partes da Ásia empregam esta prática secular que é ambientalmente benigna e econômica.
Entre os terraços de arroz da província tailandesa de Nakhon Pathom, os agricultores dão continuidade a esta técnica agrícola transmitida há mais de mil anos entre o povo nativo Hani. Os tailandeses chamam isso de "ped lai thoong", que significa "patos que perseguem campos".
Após a colheita da safra de arroz nesta parte do centro da Tailândia, um bando de cerca de 10 mil patos é solto de um cercado e instintivamente flui em direção aos campos inundados para devorar pragas como caracóis escondidos no restolho do arroz.
Os patos Khaki Campbell, raça britânica, são levados aos campos após 20 dias em creche e serão criados em movimento durante os próximos meses. Depois de vagarem livremente por cerca de cinco meses, eles retornam à fazenda para produzir ovos ou para corte.
O benefício para o criador é que reduzem os custos de alimentação dos patos. E em troca, para o produtor de arroz, os patos ajudam a comer as pragas da lavoura e os agricultores podem reduzir o uso de produtos químicos e pesticidas.
Alguns criadores tem diferentes pataquadas que se movimentam por diferentes campos de arroz na província de Nakhon Pathom, onde os agricultores normalmente cultivam três culturas de arroz por ano.
Eles ajudam a comer caracóis-maçã-dourada e restos de cascas de arroz indesejadas que caem no campo desde a última colheita. Os patos também pisam no restolho do arroz para achatar o solo e facilitar a lavoura.
Os agricultores dizem que o sistema funciona bem tanto para os criadores de patos como para os produtores de arroz, mas embora não tenha havido seca em Nakhon Pathom, estão preocupados com a ameaça. A Tailândia, que é o segundo maior exportador de arroz do mundo, enfrenta uma seca prolongada que afetou muitas áreas de cultivo este ano.
Como dizíamos a utilização de patos e marrecos nas lavouras de arroz do Sudeste Asiático é uma tradição bem antiga. Este modelo de integração animal-lavoura se tornou bem sucedido porque é benéfico no controle de insetos e ervas daninhas sem a necessidade de pesticidas. Além de se alimentarem as aves acabam também fertilizando a área com seus dejetos, diminuindo assim a necessidade de fertilizantes.
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