Não adianta coisa nenhuma. Fazem as ciclofaixas e os motoristas estacionam sobre elas ou as pessoas que fazem caminhada invadem e ainda acham ruim quando você pede passagem. A humanidade parece ter perdido a capacidade, diligência e a civilidade de compartilhamento do espaço público. De forma diferente a maioria das ciclovias e calçadas holandesas são contínuas. Em vez de calçadas que terminam no meio-fio e continuam do outro lado da rua, muitas calçadas continuam cruzando as ruas na mesma altura e usando diferentes materiais de superfície, forçando o motoristas a desacelerar. |
Isso implicitamente sinaliza para os condutores ficarem atentos aos pedestres e ciclistas. Aqui, se der bobeira, passam com o carro por cima de você, pois, em geral, o debate entre pedestre, ciclista e motorista é um exemplo clássico de debate entre maioria e minoria. Os motoristas são os usuários dominantes da rua e os pedestres, donos da calçada: eles aceitam aqueles que também fazem parte do grupo e estão mais dispostos a perdoá-los.
Por outro lado, os ciclistas são minoria e são considerados uma ameaça. Estão sujeitos à desumanização e atribuição do grupo errado, onde o fracasso de um ciclista é visto como representativo de todo o grupo. "Aquele ciclista furou um semáforo vermelho ou atropelou alguém na calçada" torna-se "os ciclistas furam o semáforo vermelho e atropelam todo mundo nas calçadas".
Ao perceber outros usuários do espaço público como rivais, estamos generalizando sobre como tratá-los, embora nossas suposições não possam ser menos verdadeiras. Nesse debate, a maioria das opiniões negativas sobre os ciclistas não se baseia em fatos, mas em preconceitos inerentes que temos como humanos.
Muitos motoristas admitem que se incomodam mais com o comportamento de outros motoristas ou motoqueiros do que com o dos ciclistas. Embora eles se queixem mais do último. Na minha cidade, há uma lei que diz que "ruas que não têm ciclofaixas, calçada ciclovia é". Mas, para evitar o estresse de ficar discutindo com gente descortês e grosseira, vou pedalando na rua mesmo; até que seja atropelado. Lógico, estou falando na condição de entusiasta da bicicleta. Se alguém discorda ficarei feliz em ler sua opinião nos comentários
É verdade que além dos pedestres, as pessoas mais vulneráveis a acidentes por falta de cultura viária são os ciclistas. Contudo, nos últimos anos, em alguns países tem sido muito visível o esforço das autoridades urbanas para implementar estratégias que beneficiem os ciclistas, a fim de evitar perdas humanas.
Em San Luis Potosí, capital do estado mexicano homônimo, decidiram levar a tarefa muito mais longe e, em 2022, implementaram uma experiência de sensibilização: testar motoristas de transporte público na rua, enquanto pedalam uma bicicleta muito perto dessas unidades.
Como se pode ver num vídeo compartilhado nas redes sociais, vários motoristas são obrigados a andar de bicicleta estacionária em uma espécie de área de treino. Enquanto os operadores pedalam, devem viver a experiência que os ciclistas vivem todos os dias, por isso vários microônibus passam a toda velocidade e muito próximos deles.
A reação dos motoristas de ônibus deixa mais do que claro que não é nada confortável andar de bicicleta em ruas muito movimentadas, especialmente quando caminhões grandes circulam pela região.
Este experimento serviu como tarefa para que os motoristas de microônibus se conscientizassem e assim aprendessem a manter melhor distância de ciclistas, motociclistas e pedestres ao dirigir.
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