A música portátil pode parecer um luxo introduzido pelo Sony Walkman e popularizado pelos iPods, mas os descolados da década de 1920 também puderam tocar suas músicas favoritas em qualquer lugar, graças ao Mikifone, um fonógrafo de bolso. A invenção dos irmãos Miklós e Étienne Vadász, o primeiro gramofone de bolso do mundo, causou reboliço quando foi lançado há um século, conquistando o primeiro prêmio em uma exposição internacional de música e encontrando o favor do arquiteto modernista Charles-Edouard Jeanneret-Gris, mais conhecido pelo pseudônimo de Le Corbusier. |
Ao contrário das inovações de áudio portátil mais recentes, era necessária alguma montagem. O Mikifone também não tinha baterias, contando com corda através de uma manivela para obter energia. Um ressonador era usado para transmitir o som. Até hoje são considerados os menores do gênero no mundo capazes de reproduzir discos de goma-laca.
Os irmãos Vadász começaram a e projetar e desenvolver o Mikifone em 1917 e, após concluir o trabalho de desenvolvimento em 1924, patentearam o pequeno aparelho. Depois que encontraram um parceiro comercial na empresa Paillard & Cie de Sainte-Croix, na Suíça, para iniciar a produção em série, o Mikifone foi colocado à venda em 1925. À medida que os problemas com as vendas se tornaram aparentes, a produção mensal foi significativamente reduzida e interrompida após a venda de 180.000 gramofones de bolso em 1927.
A caixa redonda do Mikifone em chapa de aço tinha diâmetro de 11,5 centímetros e altura de 5 centímetros quando fechada e pesava 1,2 kg. A membrana da lata sonora era feita de mica acoplada a um ressonador sonoro feito de baquelite.
Os anúncios da época exaltavam a portabilidade do Mikifone dizendo que ele "cabe no bolso da jaqueta", "vai na bolsa de uma senhora", "cabe no porta-luvas do carro ou "ideal para piqueniques, passeios de carro, passeios no rio", mas não menciona que, para aproveitá-lo, o usuário devia ter que carregar uma boa quantidade de discos de 78 RPM, cujos diâmetros de 25 centímetros não são tão compatíveis com bolso e bolsa.
Como dizíamos, em 1927 os Mikifones já vendidos começaram a dar problemas devido aos desgastes prematuros das peças e as vendas caíram, ainda que o aparelhinho fosse muito popular. Um estoque restante de 10 mil Mikifones foi vendido com desconto ou doado aos vencedores de um concurso.
Hoje em dia, um Mikfone autêntico pode custar em torno de 3 mil reais ou mais em leilão, mas cuidado com as imitações chinesas.
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