Após semanas de alertas, vulcão da Islândia entra em erupção em plumas de fogo

Um vulcão no sudoeste da Islândia, a região mais populosa do país, começou a entrar em erupção na segunda-feira, com fontes de lava atingindo o alto e o brilho iluminando o céu a quilômetros de distância, no centro da capital, Reykjavik. A localização da fissura, que tem cerca de 4 quilômetros de comprimento e cresce rapidamente, não fica longe da central elétrica de Svartsengi e da cidade de Grindavík, que foi evacuada no mês passado devido ao aumento da atividade sísmica, levantando preocupações sobre a probabilidade de uma erupção.

Na avaliação inicial de segunda-feira à noite, os vulcanologistas disseram que a erupção ocorreu em um dos piores locais possíveis, representando uma ameaça significativa e imediata tanto para a cidade evacuada como para a central geotérmica.

Mas depois que os vulcanologistas tiveram a oportunidade de sobrevoar o local da erupção na Península de Reykjanes, a situação imediata não parecia tão terrível como se temia inicialmente, embora o tamanho da erupção fosse maior do que o previsto e a direção do fluxo de lava ainda imprevisível.

- "Isso é maior do que as erupções anteriores em Reykjanes", disse Magnus Gudmundsson, vulcanologista e uma das primeiras pessoas a ver a erupção do ar.

O derrame flui atualmente apenas 2,5 quilômetros a norte de Grindavík, de acordo com Kristín Jonsdottir, chefe do departamento de atividade vulcânica do Gabinete Meteorológico da Islândia. Por maior que seja a erupção, com a cidade de Grindavík evacuada, atualmente não representa qualquer risco para as pessoas, disse um oficial da polícia, Ulfar Ludviksson, aos jornalistas.

Mesmo assim, as autoridades alertaram as pessoas para não se aproximarem muito. Hjordis Gudmundsdottir, porta-voz do Departamento de Proteção Civil, instou as pessoas a ficarem longe da área, enfatizando que "não se trata de um vulcão turístico".

Embora a erupção fosse esperada há semanas, após uma série de terremotos, a erupção de segunda-feira ocorreu sem qualquer aviso prévio imediato. A Lagoa Azul, um dos principais destinos turísticos da Islândia e localizada nas proximidades, foi reaberta para visitantes no domingo, já que a preocupação de que uma erupção fosse iminente havia diminuído.

Milhares de terremotos foram detectados na Islândia desde o final de outubro, de acordo com o Gabinete Meteorológico. Em Novembro, com casas e estradas danificadas, as autoridades declararam estado de emergência e evacuaram Grindavik, uma cidade com mais de 3.000 habitantes perto do vulcão.

Apenas nos últimos dois anos, ocorreram quatro erupções na Península de Reykjanes, o canto mais populoso da Islândia e onde fica a sua capital. Quando foi ordenada a evacuação de Grindavik, em 11 de novembro, as autoridades afirmaram em um comunicado que o país estava altamente preparado para tais eventos.

O vídeo abaixo mostra a erupção de lava em Grindavik, cortesia de uma transmissão ao vivo no YouTube. Por mais espetacular que seja a filmagem, o vulcão está perigosamente próximo das infraestruturas.

As autoridades aumentaram o alerta da aviação para laranja, porque uma erupção vulcânica pode representar um risco para as aeronaves que voam no Atlântico Norte se as cinzas forem expelidas para o céu. Mas na noite de segunda-feira, o principal aeroporto da Islândia, Keflavik, permaneceu aberto, e esta erupção não produziu cinzas que impedissem os voos.

Uma das erupções mais memoráveis do passado recente da Islândia envolveu o vulcão Eyjafjallajokull em 2010. Embora essa erupção tenha sido relativamente pequena e não tenha causado mortes, o impacto foi generalizado porque a cinza resultante da nuvem impediu grande parte das viagens aéreas da Europa por mais de uma semana.

Erupções vulcânicas não são incomuns na Islândia, que tem menos de 400 mil habitantes e cerca de 130 vulcões. Desde o século XIX, não se passou uma década sem um. A ocorrência de erupções permanece inteiramente aleatória. O país abrange duas placas tectônicas, que são divididas por uma cadeia de montanhas submarinas que exsuda rocha quente derretida, ou magma.