Um polvo branco meio translúcido foi filmado balançando suavemente os braços curtos e atarracados e espiando com olhos redondos a câmera de um robô de mergulho profundo. Era 2016, nas águas do Havaí, a uma profundidade de 4.290 metros. Ninguém jamais tinha visto um polvo igual, e certamente não em águas tão profundas. Baseado em sua aparência fantasmagórica amigável, foi apelidado de Gasparzinho. Até então, os únicos cefalópodes filmados a tais profundidades eram os polvos-Dumbo, em homenagem a outro personagem de desenho animado, o bebê elefante voador da Disney. |
Este polvos pelágicos cirratos foram vistos nadando a uma profundidade de até 6.957 metros, com abas elegantes em forma de orelhas em ambos os lados da cabeça. O avistamento de Gasparzinho pela primeira vez pelo navio Okeakos da NOAA no Monumento Nacional Marinho em Papahānaumokuākea foi um momento marcante para alguns biólogos marinhos pois aquele primeiro vislumbre revelou muitos mistérios tentadores. Por que é tão pálido? A maioria dos outros polvos tem cromatóforos coloridos na pele que mudam de aparência instantaneamente e funcionam como camuflagem para confundir os predadores.
Mesmo no fundo do mar, os polvos podem ser coloridos, como o graneledone-verrucoso. Alguns usam uma capa de pigmentos escuros na pele, aparentemente para esconder presas brilhantes e bioluminescentes que agarram nos braços e, assim, evitar alertar outros predadores. A palidez de gasparzinho por sua vez, pode ser causada pela falta de pigmentos em sua comida.
Outro quebra-cabeça são os braços curtos, embora Gasparzinho não seja o único a ter um alcance limitado. Quanto mais raso e tropical eles são, mais longos e finos são seus braços. Esta tendência para braços mais curtos em polvos que vivem em profundezas não tem uma explicação definitiva. Alguns biólogos acham que, em vez de se esticarem para pegar comida, eles desenvolveram uma tática alternativa de torcer o corpo de modo que a boca, na parte inferior do corpo, fique diretamente sobre a comida.
Os cientistas aprenderam mais sobre Gasparzinho cinco anos de imagens de arquivo recolhidas em pesquisas em águas profundas no Pacífico. Eles avistaram dezenas de outros animais parecidos com ele empoleirados no fundo do mar, de duas espécies distintas.
Esta espécie de cefalópode foi filmada recentemente. o Corpo de Exploração do ROV subaquático EVNautilus avistou um gasparzinho caminhando ao longo do fundo do mar a mais de 2.300 metros de profundidade perto das Ilhas Pináculos Gardner), cerca de 500 milhas náuticas a noroeste de Oahu, na Austrália. Dê uma olhada nesta adorável criatura do fundo do mar e sua pele semitranslúcida e brilhante que nos dá um vislumbre de sua cabeça bulbosa e fantasmagórica de Gasparzinho.
Se outros polvos do fundo do mar servirem de referência, as fêmeas de gasparzinho provavelmente passam muito tempo guardando seus ovos. Um polvo de outra espécie (Graneledone boreopacifica) foi visto na costa da Califórnia, em uma escarpa íngreme do Monterey Canyon, chocando a sua única ninhada exatamente no mesmo local durante mais de quatro anos.
Por enquanto, os pálidos e misteriosos polvos Gasparzinhos ainda são tão novos para a ciência que ainda não foram descrito ou receberam um nome formal científico, porque tudo o que sabemos sobre eles vem de imagens; ninguém foi capaz de coletar um espécime para estudar detalhadamente.
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