A medida que as gêmeos desvendavam a verdade, perceberam que, assim como elas, dezenas de milhares de outros bebês na Geórgia também haviam sido retirados de hospitais e vendidos nas últimas décadas. Em uma trama sacada de um filme, as gêmeas idênticas Amy e Ano, há muito perdidas, separadas no nascimento, se reencontraram após 20 anos, graças às redes sociais. As gêmeas foram tirados da mãe logo após o nascimento e vendidas para famílias diferentes e viveram alheios à existência uma da outro até 2014, quando Amy Khvitia estava na casa de sua madrinha assistindo O Got Talent da Georgia na TV. |
Durante uma das apresentações, uma garota se parecia exatamente com ela, tanto que todos ligaram para a mãe de Amy, perguntando por que a filha estava dançando com outro nome. No entanto, o incidente não levou a nada até sete anos depois. Em 2021, Ano Sartania, residente da Geórgia, recebeu um vídeo do TikTok mostrando uma mulher de cabelo azul, com uma semelhança chocante com ela.
Ano tentou rastrear Amy e, após envidar esforços se conectou com sua irmã há muito perdida no Facebook.
- "Estou procurando por você há tanto tempo!”, mandou ela uma mensagem. - "Eu também", respondeu Ano."
Nesta fase, ambas não sabiam que eram irmãs, mas as semelhanças no rosto, na música, na dança, na arte, na comida e em tudo se tornaram impossíveis de ignorar. Também foi descoberto que elas tinham a mesma doença genética, um distúrbio ósseo chamado displasia.
- "Cada vez que aprendia algo novo sobre Ano, as coisas ficavam mais estranhas", disse Amy.
Depois de finalmente se conhecerem pessoalmente, as gêmeos decidiram confrontar suas famílias e foi aí que esqueletos começaram a cair do armário. Suas famílias revelaram que foram adotados separadamente, com algumas semanas de diferença em 2002, depois que o pai as vendeu ilegalmente.
Alega-se que nenhuma das famílias adotivas sabia que a dupla era gêmea e não percebeu que comprar bebês era ilegal. Segundo a publicação, nenhuma das famílias revelou quanto dinheiro foi trocado e por que os detalhes nas certidões de nascimento eram diferentes.
Após a reconciliação, as gêmeos se reuniram com sua mãe biológica, Aza. Ela afirma que entrou em coma após dar à luz a dupla e mais tarde foi informada de que suas filhas haviam morrido.
Continuando a investigação, as gêmeos descobriram que os detalhes de suas certidões de nascimento oficiais, incluindo a data de nascimento, foram falsificados. À medida que as gêmeas desvendavam a verdade, perceberam que, tal como elas, dezenas de milhares de outros bebês na Geórgia também tinham sido retirados de hospitais e vendidos nas últimas décadas.
Segundo a BBC, comprar uma criança era um negócio caro naquela época. Custava cerca de 7 mil reais para uma menina e 10.500 para um menino, o que equivale a cerca de um ano de salário no país europeu. Algumas das crianças acabaram em famílias estrangeiras nos EUA, Canadá, Chipre, Rússia e Ucrânia.
Sobre a alegada operação de adoção na Geórgia, em 2002, o governo georgiano lançou uma investigação sobre este período de tráfico de crianças e em 2005 alterou a sua legislação de adoção. Um ano depois, o governo reforçou as leis antitráfico, dificultando as adoções ilegais.
A BBC contatou o Ministério do Interior da Geórgia para obter mais informações sobre estes casos, mas foi informada de que detalhes específicos não seriam divulgados devido à proteção de dados.
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