Esta pode parecer à primeira vista uma pergunta idiota, mas quanto mais pensamos nela, mais estranha toda a coisa fica. Os cientistas há muito especulavam que os dinossauros ovíparos teriam uma cicatriz umbilical, mas este estudo é o primeiro a encontrar evidências disso. Os paleontólogos descobriram o umbigo mais antigo conhecido pela ciência. Pertence a um Psitacossauro, membro dos dinossauros com chifres Ceratopsia, em fóssil descoberto na China. |
O umbigo não provém de um cordão umbilical, como acontece com os mamíferos, mas do saco vitelino da criatura que põe ovos. Detalhes sobre a descoberta foram publicados no ano passado na BMC Biology.
Os incubadores de ovos modernos, como cobras e pássaros, perdem a cicatriz no umbigo alguns dias ou semanas após a eclosão. Mas outros organismos mantêm a "cicatriz umbilical" pelo resto da vida. Enquanto dentro do ovo, o abdômen do embrião está conectado ao saco vitelino, que fornece ao embrião uma fonte de alimento para seu crescimento e desenvolvimento. A cicatriz aparece quando o embrião se desprende do saco vitelino e de outras membranas, antes ou durante a eclosão do ovo.
A cicatriz umbilical do Psitacossauro é semelhante à de um crocodilo adulto e é o primeiro exemplo de um dinossauro não aviário que antecede o período Cenozóico, 66 milhões de anos atrás.
O psitacossauro foi um dinossauro bípede que viveu no início do período Cretáceo. Fósseis encontrados na Mongólia e na China dos dinossauros com chifres datam de 100 milhões a 122 milhões de anos atrás. O psitacossauro media quase 2,10 metros de comprimento e se destacava por seu crânio alto e estreito com bico semelhante ao de um papagaio. Os paleontólogos também encontraram no mesmo fóssil uma cloaca de dinossauro e uma camuflagem de contra-sombreamento.
Os pesquisadores criaram imagens do esquivo umbigo com Fluorescência Estimulada por Laser (FEL), uma técnica de imagem. Eles usaram uma versão modificada do FEL, desenvolvida em parte por Michael Pittman, paleontólogo de vértebras da Universidade de Hong Kong e coautor do estudo com Thomas G. Kaye, paleontólogo da Fundação para o Avanço Científico.
O método de imagem modificado aumenta a intensidade do laser em técnicas de imagem a laser previamente estabelecidas sem danificar as amostras, permitindo que detalhes finos sejam vistos em fósseis que de outra forma não seriam vistos.
O espécime de Psitacossauro com umbigo foi desenterrado em 2002 na China, depois de encontrado deitado de costas. Usando o FEL, a equipe pôde analisar cada escala, ruga e padrão gravado no fóssil preservado.
- "O FEL destaca os detalhes de maneira espetacular", disse Phil Bell, paleontólogo de dinossauros envolvido no estudo. - "Realmente parece que o animal podia se levantar e ir embora. Você pode ver cada pequena ruga e inchaço na pele. Parece tão fresco. Imaginar esses animais como entidades vivas e respirantes, em vez de apenas esqueletos mortos, é o que me fascina. Trazê-los à vida é um dos principais objetivos do meu trabalho."
A equipe conseguiu visualizar a cicatriz umbilical, que havia desaparecido com o tempo, ao observar uma mudança no padrão da pele e das escamas onde ficaria o umbigo do dinossauro. Eles também determinaram que a cicatriz não era de um ferimento curado porque as escamas umbilicais eram lisas e dispostas ao longo da linha média do dinossauro.
Se a cicatriz fosse uma lesão, apresentaria tecido regenerativo que poderia cortar e ser inconsistente com o padrão de escamas. Para determinar a idade do fóssil, a equipe mediu o comprimento e o crescimento de seu fêmur e descobriu que o espécime estava se aproximando da maturidade sexual aos seis a sete anos de idade.
Os cientistas especulavam há muito tempo que os dinossauros que põem ovos teriam uma cicatriz umbilical, mas este estudo é o primeiro a encontrar evidências de uma. Os pesquisadores observam que, embora uma cicatriz tenha sido encontrada neste espécime, ela pode não estar presente em todos os dinossauros não-aviários.
O umbigo de ave é um tipo de filhote de pombo, enterro de anão ou cabeça de bacalhau, mas as aves têm sim umbigo e este local pode ser um acesso de entrada para diversos problemas que podem afetar a saúde da ave, entre eles a "onfalite", a infecção da pele e tecidos moles do umbigo e regiões circundantes que, se não tratada, pode atingir uma maior área da parede abdominal e os tecidos mais profundos podendo evoluir para sepse neonatal.
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