Todos os dias, milhões de pessoas preparam uma xícara de café pela manhã para ajudar a começar o dia. Em muitos locais o café deixou de ser uma prática para se tornar um ritual. Tal como acontece com a maioria das coisas na história, do leite aos vegetais, alguém teve que ser o primeiro a pensar em torrar grãos para obter cafeína. Segundo a lenda, foi um pastor de cabras etíope do século IX chamado Kaldi quem pode ter feito tanto pela bebida quanto as badaladas casas de café da atualidade. |
Supostamente, Kaldi observou suas cabras se comportando de maneira irregular depois de comerem frutas vermelhas de uma árvore próxima de Coffea arabica. Ele mesmo experimentou alguns daqueles grãos docinhos maduros e logo estava agindo de forma tão hiperativa e errante quanto seu rebanho.
Depois de algumas horas, Kaldi achou estranho e então levou um lote para um mosteiro, onde seus efeitos estimulantes durante longas horas de oração foram motivo de preocupação. O café, observaram os monges, só podia ser obra do diabo.
Os líderes religiosos decidiram atirar os grãos da árvore no fogo para destruí-los, mas o aroma agradável resultante os convenceu a dar uma segunda chance ao café. Assim como acontece com o chá, colocaram os grãos torrados em água morna e nasceu o café (a bebida).
Apesar da lenda, pensa-se que a prática de mastigar grãos de café como estimulante já existia há séculos antes da alegada descoberta de Kaldi. As pessoas os trituravam para misturá-los com manteiga e gordura animal para conservar e comer em viagens longas, basicamente, um precursor da barrinha energética.>
Da mesma forma, pensa-se que os povos sudaneses escravizados mastigavam grãos de café para ajudá-los a sobreviver às difíceis viagens nas rotas comerciais.
A história de Kaldi é difícil de ser firmada e rastreada. O que sabemos é que os verdadeiros relatos históricos do consumo de café só se materializaram muito mais tarde, quando se dizia que os devotos sufis no Iêmen usavam a bebida para se manterem vigilantes durante os rituais religiosos.
O cultivo e o comércio do grão como bebida começaram nos países árabes no século XIV e se espalharam pelo Egito, Síria e Turquia. Diz-se que não existia uma única planta de café fora da Arábia ou da África até 1600, quando um peregrino chamado Baba Budan os levou à Índia.
Em 1616, Pieter van der Broeck contrabandeou mudas e grãos de café de Mocha, no Iêmen, e os levou para Amsterdã. Em breve, os holandeses e as suas colônias -sobretudo o Sri Lanka e Java- assumiram o controle do comércio europeu, seguidos pelos franceses no Caribe, pelos espanhóis na América Central e pelos portugueses no Brasil. A bebida finalmente chegou à América através dos colonizadores britânicos que atracaram na cidade de Nova York.
A difusão da popularidade do café foi possibilitada devido às suas conotações sociais. Assim como a cerveja e o vinho, que antes eram bebidas populares no café da manhã, o café gerava conversa e camaradagem. Na Inglaterra, as universidades baratas permitiam que os clientes pegassem uma xícara por 1 centavo e depois conversassem entre si. Seja como for, você nunca deveria utilizar a seguinte receita para fazer um café.
Hoje, o brasileiro médio toma de 2 a 3 doses de café por dia e gasta em torno de 28 reais em cada ida às cafeterias. Nosso país continua também com larga vantagem na produção de café e apesar do falso apelo colombiano continua fabricando um dos melhores cafés do mundo.
O MDig precisa de sua ajuda.
Por favor, apóie o MDig com o valor que você puder e isso leva apenas um minuto. Obrigado!
Meios de fazer a sua contribuição:
- Faça um doação pelo Paypal clicando no seguinte link: Apoiar o MDig.
- Seja nosso patrão no Patreon clicando no seguinte link: Patreon do MDig.
- Pix MDig ID: c048e5ac-0172-45ed-b26a-910f9f4b1d0a
- Depósito direto em conta corrente do Banco do Brasil: Agência: 3543-2 / Conta corrente: 17364-9
- Depósito direto em conta corrente da Caixa Econômica: Agência: 1637 / Conta corrente: 000835148057-4 / Operação: 1288
Faça o seu comentário
Comentários