Do final da Idade Média ao Renascimento, o norte da Itália estava dividido entre facções que apoiavam as reivindicações políticas rivais do Sacro Imperador Romano ("Gibelinos") e do Papa ("Guelfos"). Modena era gibelina; Bolonha era guelfa. A diferença política exacerbou os conflitos naturais pelos territórios fronteiriços. Foi assim que em 1325, um balde comum ganhou notoriedade sem precedentes como o suposto gatilho para a Guerra do Balde na Itália medieval. |
Reza a lenda que soldados modeneses se infiltraram em Bolonha, arrancando um balde de um poço, desencadeando um conflito que ceifou cerca de duas mil vidas. Algumas versões embelezam a história, alegando que o balde continha riquezas ou foi deixado vazio, aumentando o absurdo da guerra supostamente travada pelo seu roubo. No entanto, os historiadores desafiam esta narrativa.
Dadas as tensões históricas entre Modena e Bolonha, parece improvável que os soldados modeneses pudessem ter entrado secretamente no centro de Bolonha e furtado um balde sem serem detectados. Além disso, as evidências sugerem que o balde roubado foi um troféu do pós-guerra e não o instigador das hostilidades.
Apesar do ceticismo em torno da história do balde, as raízes do conflito estão profundas na complexa política da Itália medieval. A Guerra do Balde tornou-se um capítulo na luta contínua entre os gibelinos e os guelfos.
Bolonha, tendo perdido Monteveglio para Modena, declarou guerra em 1325, iniciando a breve, mas impactante Batalha de Zappolino. A lenda do balde roubado, embora divertida, serve como um curioso ponto de entrada para um conflito impulsionado por forças geopolíticas maiores e rivalidades de longa data.
Após a guerra, o poder gibelino aumentou mais uma vez, mas as guerras não terminaram. Em 1447, os gibelinos encontraram fracassos quando a República Ambrosiana foi criada e entrou em colapso. As guerras dos Guelfos e Gibelinos continuaram até 1529, quando Carlos I de Espanha tomou o poder imperial na Itália durante as Guerras Italianas. Diante da ameaça de uma invasão estrangeira, ambas as facções fizeram as pazes entre si. O poeta italiano do século XVII, Alessandro Tassoni, compôs o épico falso-heróico "La secchia rapita" sobre os acontecimentos da Guerra do Balde.
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