Enquanto isso, na Polônia, na segunda-feira de Páscoa, o estranho festival da 'Segunda-feira Molhada'

Ontem foi dia de Śmigus-dyngus, que significa "Segunda-feira Molhada", um feriado celebrado principalmente na Polônia. Tradicionalmente, os meninos jogavam água nas garotas que eles gostavam e batiam nelas com galhos de salgueiro na segunda-feira após a páscoa, e as meninas lhes davam um ovo, dinheiro, conhaque ou presentes em troca. As pessoas hoje em dia ainda podem se deixar levar pelas batalhas aquáticas que duram o dia todo, mas a maioria apenas borrifa água nos membros da família e troca presentes.

Isto era acompanhado por uma série de outros rituais, como fazer declarações de versos e realizar procissões de porta em porta, em algumas regiões envolvendo meninos vestidos de ursos ou outras criaturas. As origens da celebração são incertas, mas pode remontar a tempos pagãos anteriores a 1000 d.C. A tradição também está profundamente enraizada na Hungria.

Alguns sugerem que o uso da água é uma alusão ao batismo de Mieszko I, o duque dos poloneses ocidentais em 966 d.C., unindo toda a Polônia sob a bandeira do cristianismo. Mas alguns historiadores sugerem que a tradição se originou bem no oeste da Polônia e foi adotada sob influência alemã.

Originalmente, Śmigus-dyngus eram dois eventos separados, com śmigus envolvendo o ato de jogar água e dyngus o de subornar pessoas com alguma guloseima para escapar de śmigus. Mais tarde, ambas as tradições se fundiram.

Foram feitas tentativas para restringir o festival em 1410, quando foi proibido pelo bispo de Poznań em um édito intitulado Dingus Prohibetur, que instruía os residentes a não "incomodar ou atormentar os outros no que é universalmente chamado de Dingus".

E ainda que o bispo possa parecer um "chato de galocha" que queria impedir a brincadeira, ele tinha um pouco de razão. Os meninos entravam furtivamente nas casas das meninas ao amanhecer da segunda-feira e jogavam recipientes com água sobre elas enquanto ainda estavam na cama.

Depois de toda a água ter sido atirada, as meninas aos gritos eram muitas vezes arrastadas para um rio ou lago próximo para se molharem novamente. Às vezes, uma menina era carregada, ainda em sua cama, antes que a cama e a menina fossem jogadas juntas na água.

Garotas particularmente atraentes ficavam encharcadas repetidamente durante o dia. Diz-se que o uso da água evoca as chuvas de primavera necessárias para garantir uma colheita bem-sucedida no final do ano. Em algumas regiões, as meninas podiam salvar-se da imersão dando aos meninos "resgates" de ovos pintados, considerados amuletos mágicos que trariam boas colheitas, relacionamentos bem-sucedidos e partos saudáveis.

No passado, as meninas deviam esperar até o dia seguinte para se vingarem encharcando os meninos, mas na prática ambos os sexos jogavam água um no outro no mesmo dia. O costume atual geralmente se transformou em uma luta regular com respingos de água.

A celebração era tradicionalmente acompanhada de declarações em verso, nas quais um jovem subia no telhado de um prédio da aldeia, batia em uma panela e anunciava quais meninas seriam encharcadas e quantos vagões de areia, quanta água e quanto sabão seria usado em cada menina. As meninas também respondiam em versos, anunciando que havia alguém que a salvaria.