Como a música clássica evoluiu entre os anos de 1680 a 1928

A música existe desde que os humanos foram capazes de fazê-la. Está em nosso sangue, está em nossos corpos. A música e a dança, de alguma forma, fazem parte de todas as culturas humanas que podemos observar. A ampla e profunda história da música vai muito além do que tendemos a ouvir nas salas de concerto e muito além do escopo música tradicional ocidental. Nesse sentido, fixar uma data para o "início da música clássica" é tão evasivo como apontar o milênio em que os dinossauros foram extintos. 1000 d.C. apenas fornece um ponto de partida conveniente para o nascimento da música ocidental moderna.

Foi por volta dessa data que surgiu a ideia de combinar várias vozes para cantar uma melodia; foi também o momento em que a Igreja, durante tanto tempo a mais importante influência e inspiração no desenvolvimento da música, reconheceu a necessidade de padronizar os cantos desacompanhados de uma só linha que tinham sido usados durante séculos em cerimônias sagradas.

Também é provável que a Igreja primitiva desejasse dissociar-se da música predominante da Grécia e Roma antigas, pois era uma lembrança da religião pagã que perseguiu e pela qual foi perseguida. Como tal, ainda não está claro até que ponto a música da Igreja Cristã e, portanto, a música clássica ocidental como um todo, foi influenciada pela música antiga anterior.

Seja como for, a música clássica que conhecemos hoje só nasceu em algum momento do Renascimento, o período de cerca de 1400 a 1600 que foi uma espécie se revolução nos mundos da ciência, da arte e da música. O mundo da música notada abraçou totalmente algo que hoje consideramos natural: a polifonia.

Polifonia significa que vários sons estão acontecendo ao mesmo tempo. Esta foi a primeira vez que muitos compositores pensaram no que acontecia quando duas pessoas cantavam coisas diferentes ao mesmo tempo. Eles escreveram novas músicas incríveis, agora tanto para a igreja quanto para eventos seculares.

Essa música era mais fluida e expressiva. As regras anteriores sobre forma e conteúdo foram deixadas de lado e os compositores concentraram-se mais na expressão das letras e na intenção do que no serviço a um propósito. Sua música foi escrita para ser tocada e apreciada pelo público.

O primeiro exemplo desta música renascentista é o Cânone de Pachelbel, que combina técnicas de um Cânone e Basso Ostinato, de uma forma polifônica na qual cada voz repete exatamente a mesma melodia, em sequência. No Cânone em ré maior, existem 3 vozes que executam a melodia, mas existe também uma quarta voz, o Baixo contínuo, que toca uma melodia independente.

O canal do Youtube Piano Music Bros, que anteriormente compilou uma representação colorida da música original para piano de Wolfgang Amadeus Mozart dos cinco aos 35 anos de idade, traçou a evolução da música clássica de 1680 a 1928 da mesma maneira vividamente informativa ao longo do curso de 45 minutos.

O mais curioso deste pot-pourri é a sua quase total reconhecibilidade, mesmo para quem não é fã de música clássica. Se ouvirmos uma coletânea, por exemplo, dos anos 80 ou 90 ou inclusive dos anos 2000 é bem possível que não consigamos identificar uma música e outra, mas provavelmente você irá distinguir todas as canções desta coleção.

Antes da revolução na música tradicional ocidental, ela era interpretada por um cantor apenas ou por mais cantando a mesma linha melódica. A partir daí ocorreram coisas maravilhosas como demonstra o grupo alemão a cappella Amarcord. Em seu álbum de 2006, "Livro dos Madrigais, eles apresentam magníficas composições do Renascimento de Dowland, di Lasso, Gabrieli, Gesualdo, Josquin e muitos outros. O premiado grupo impressiona não só pelo seu extraordinário virtuosismo, mas também pela sua versatilidade e homogeneidade.

A música desta época era quase inteiramente vocal, composta de duas a seis linhas musicais diferentes. Às vezes, instrumentos se juntavam a eles, mas os compositores não escreviam instrumentos específicos na música com muita frequência. Perto do final da Renascença, essas formas vocais e musicais, além do uso mais padronizado de vários instrumentos pelos compositores, levaram às primeiras sementes da ópera e das orquestras sinfônicas, mas esta já é outra história.