Em todo o mundo, milhões de pessoas acordam todas as manhãs, servem-se de uma xícara de café ou de chá e vão buscar o jornal. Os residentes das muitas ilhas que compõem a Polinésia Francesa, porém, recuperam algo muito mais emocionante. Até recentemente, muitos moradores locais pegavam suas baguetes diárias em uma caixa de correio especial. Tradicionalmente instaladas no lado de fora das casas, elas não são como caixas de correio comuns. As caixas de pão são caseiras, muitas vezes reaproveitadas de recipientes metálicos ou estruturas de madeira. |
Algumas dessas caixas lembram grandes casas de pássaros. Algumas são baixas e atarracadas, perfeitos para guardar pães ou doces menores. Outras são longos o suficiente para proteger uma baguete das intempéries.
Embora frutas frescas e frutos do mar sejam uma parte essencial da culinária polinésia, as baguetes ocupam um lugar especial na Polinésia Francesa devido ao colonialismo. Não está claro quando as caixas de correio de pão se tornaram onipresentes.
A verdade é que os moradores de Moorea tinham o costume de ir até sua caixa de correio toda manhã pata pegar suas baguetes e seus croissants de coco diariamente. Se alguém quisesse receber sua correspondência real, tinha que ir a um posto dos correios na cidade.
Devido ao controle sanitário mais estrito, o sistema de entrega de baguetes praticamente desapareceu em quase todas as regiões centrais das ilhas maiores da Polinésia Francesa, como o Taiti, embora caixas de correio de pão vazias ainda salpiquem as estradas.
Algumas zonas rurais de ilhas mais pequenas ainda utilizam o sistema de entrega, pois podem não ter uma padaria por perto. Com efeito, muitos pessoas lamentam a perda tradição que causa desconexão com sua infância.
- "Isso me lembra à entrega de leite com latões no lombo de um burro de antigamente. Hoje só encontramos leite em saquinho ou caixinha. Não sei ao certo por que parou", disse Antoine Tremona, de Pappete. - "Talvez porque a velocidade da vida tenha mudado. As pessoas agora estão sempre com pressa!"
Em 2017, um padeiro "inventor" do norte da França se apropriou da ideia das caixinhas polinésias para ganhar uma boa grana. Gérard Brun, radicado em Caisnes, criou a Boîte à Pain (Caixa-postal de baguete), uma longa caixa retangular de polietileno com um saco de algodão dentro projetada para manter uma baguete protegida das intempéries e de possíveis ladrões de pão.
A caixa de correio fez tanto sucesso e tinha tantas encomendas que Gérard estava pensando em largar a profissão de paderio. Vendida por 80 euros (467 reais), a caixa é perfeita para quem está muito ocupado para parar em uma padaria ou em vilas rurais que não possuem padaria. A salvo de dedos pegajosos, a caixa de correio vem com uma fechadura da qual apenas o proprietário e o padeiro recebem as chaves.
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Comentários
Trabalhei em um hotel 5 estrelas e sabia que eram franceses chegando para se hospedar assim que eles entravam pela porta que ficava a 5 metros da recepção.