Pesquisadores gravam imagens nunca antes vistas de lulas do fundo do mar embalando ovos enormes

Cientistas capturaram imagens incríveis de uma lula-mãe do fundo do mar segurando dezenas de ovos incomumente enormes. O vídeo recém-lançado foi capturado pelos robôs subaquáticos avançados do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey (MBARI), incluindo veículos operados remotamente durante uma expedição ao Golfo da Califórnia, no México. A filmagem mostra uma lula-mãe com corpo marrom-avermelhado e olhos grandes que vive nas profundezas embalando um conjunto de 40 ovos surpreendentemente grandes. Cada ovo duas vezes maior que qualquer outro já observado em outras lulas do fundo do mar.

Normalmente, as lulas do fundo do mar produzem milhares de ovos minúsculos, até 3.000 de uma só vez, mas a nova espécie foi vista segurando e protegendo apenas cerca de 30 a 40 ovos excepcionalmente grandes. Os pesquisadores suspeitam que a falta de predadores no fundo do mar, ou possivelmente um abastecimento alimentar mais estável, permitiu que esta lula desenvolvesse hábitos reprodutivos que dedicassem mais recursos a menos ovos, em vez da abordagem de muitos ovos minúsculos.

Ao analisar as imagens de vídeo e estudar espécimes de lulas de aparência semelhante recolhidas em expedições anteriores ao Golfo da Califórnia, a equipa de investigação do MBARI determinou que esta era provavelmente uma espécie até então desconhecida de gonatídeos.

- "O fundo do mar é o maior espaço vivo da Terra e ainda há muito a ser descoberto", disse Steven Haddock, cientista sênior do MBARI, que foi cientista-chefe durante a expedição que encontrou esta lula. - "Nosso encontro inesperado com uma lula chocando ovos gigantes chamou a atenção de todos na sala de controle do navio. Este avistamento notável sublinha a diversidade de formas como os animais se adaptam aos desafios únicos de viver nas profundezas.

A filmagem foi capturada por cientistas em 2015, durante uma expedição para estudar animais que vivem em um ambiente extremamente pobre em oxigênio. No entanto, o vídeo e as descobertas da expedição em alto mar só foram reveladas na semana passada em um estudo publicado na revista Ecology.

É extremamente raro capturar imagens de lulas de águas profundas. Esses animais raramente são vistos pois vivem a cerca 2.500 metros de profundidade e pouco se sabe sobre como eles se reproduzem em um ambiente escuro e frio, onde o oxigênio e a alimentação são limitados. Cientistas do MBARI observaram apenas 17 mães lulas embalando seus ovos ao longo de 37 anos de exploração.