Se você já morou ou viajou pelo Japão, sabe muito bem o quanto da vida cotidiana naquela sociedade intensiva em dinheiro envolve o uso de notas de mil ienes. Antes considerado o equivalente à nota de dez dólares, o iene caiu recentemente para seu menor valor em décadas, o que significa que agora vale mais perto de seis dólares americanos. Esta é uma boa notícia para os turistas, e especialmente para os turistas que apreciam a arte em xilogravura mais conhecida do mestre japonês Katsushika Hokusai, cuja famosa "Grande Onda de Kanagawa" adorna a novíssima nota de ¥ 1000. |
Emitida esta semana pelo Banco do Japão, ela também traz a imagem do bacteriologista Kitasato Shibasaburo, que co-descobriu o agente infeccioso de um surto de peste bubônica em 1894. A última revisão do ¥1000, vinte anos atrás, também apresentou um bacteriologista: Noguchi Hideyo, que identificou a sífilis como a causa da doença paralítica progressiva. Antes de Noguchi, ela trazia a imagem de Natsume Soseki, um dos escritores mais celebrados da história das letras japonesas.
O Banco do Japão tende a lançar designs de notas para cada era oficial, que começa sempre que um novo imperador ascende ao trono; o atual começou em maio de 2019, depois que o Imperador Akihito renunciou e seu filho Naruhito assumiu. Outras figuras históricas retratadas na moeda desta era Reiwa, como é chamada, incluem o fundador da Universidade Tsuda, Tsuda Umeko, e o "pai do capitalismo japonês" Shibusawa Eiichi.
Um artista não apenas respeitado, mas popular e comercialmente bem-sucedido, Hokusai sabia uma coisa ou duas sobre o capitalismo. No entanto, ele também tinha um olho incomum para a beleza do Japão, cujas percepções distintas têm sido altamente influentes na arte oriental e ocidental por quase dois séculos.
Um detalhe que poucas pessoas se dão conta é que "A Onda", publicada em 1830 (no período Edo) foi a primeira pintura na série "Trinta e Seis Vistas do Monte Fuji. Em primeiro plano a gravura mostra a enorme onda que ameaça um barco de pescadores, na província de Kanagawa, estando o Monte Fuji visível ao fundo, em segundo plano.
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Comentários
A última vez que saquei dinheiro de um ATM foi em 2019. Foi a última vez que usei dinheiro físico também. De lá pra cá, nunca mais. O Japão, pra quem não sabe, ainda usa FAX também. Vai entender...