Como é feita a arte do 'navio dentro da garrafa'

Conhecida como "garrafa impossível" a arte de colocar um objeto que parece grande demais para passar pela boca da garrafa remonta ao século XVIII. O navio em uma garrafa é o tipo tradicional e mais icônico de "garrafa impossível". Outros objetos comuns incluem frutas, caixas de fósforos, baralhos de cartas, bolas de tênis, cubos mágicos, cadeados, nós e tesouras. Eles podem ser colocados dentro da garrafa usando vários mecanismos, incluindo a construção de um objeto dentro da garrafa a partir de partes menores, usando um pequeno objeto que se expande dentro da garrafa ou moldando o vidro ao redor do objeto.

Existem duas maneiras de colocar um modelo de navio dentro de uma garrafa. A maneira mais simples é armar os mastros e levantá-los quando o navio estiver dentro da garrafa. Mastros, longarinas e velas são construídos separadamente e então presos ao casco do navio com cordões e dobradiças para que os mastros possam ficar planos contra o convés. O navio é então colocado dentro da garrafa e os mastros são puxados para cima usando as cordas presas aos mastros.

O casco do navio ainda deve ser capaz de passar pela abertura. Garrafas com pequenas distorções e tons suaves são frequentemente escolhidas para esconder os pequenos detalhes do navio, como dobradiças nos mastros. Alternativamente, com ferramentas especializadas de cabo longo, é possível construir o navio inteiro dentro da garrafa.

Jim Goodwin, um geólogo aposentado, começou a fazer modelos de navios sem garrafas, mas acabou decidindo levar suas habilidades de construção naval um passo adiante e construiu seu primeiro navio em uma garrafa.

- "Comecei em dezembro de 1999, quando um amigo meu sugeriu que eu tentasse", conta Jim. - "Então, li dois livros e fiquei viciado no aspecto de engenharia de ter o mastro colapsado, bem como construir o recipiente para que ele se inserisse na boca da garrafa e então levantar o mastro para garantir que ele caberia dentro da garrafa."

Os navios mais antigos sobreviventes em uma garrafa foram criados por Giovanni Biondo no final do século XVIII; dois, pelo menos, reproduzem navios de linha venezianos. Esses são modelos bastante grandes e caros: as garrafas, destinadas a serem exibidas de cabeça para baixo, com o gargalo apoiado em um pequeno pedestal, medem cerca de 45 centímetros. O mais antigo, 1784, está em um museu em Lübeck; outro, 1786, é mantido por um colecionador particular; o terceiro, 1792, que aparentemente reproduz a fragata pesada PN Fama, está no Museu da Marinha em Lisboa.

Os navios em garrafas tornaram-se mais populares como arte popular na segunda metade do século XIX, após a introdução de garrafas baratas produzidas em massa, feitas de vidro transparente. Nesta mesma época se tornou comum um truque ardiloso de "garrafa impossível" cortando a base da garrafa, introduzindo o objeto e finalmente soldando ou colando a base.

Uma variação da "garrafa impossível", que qualquer pessoa pode fazer, aproveita as pinhas que se abrem à medida que secam. Na construção da exibição, um cone verde fechado de tamanho adequado é inserido em uma garrafa de boca estreita e então deixado para secar dentro da garrafa.

Frutas e vegetais dentro de garrafas são cultivados colocando uma garrafa ao redor da flor ou fruto jovem e prendendo-a à planta. O fruto então cresce até o tamanho máximo dentro da garrafa. Esta técnica é usada para colocar peras em garrafas de conhaque de pera. Um dos mais famosos é o francês eau de vie Williamine Morand.