Estegossauro de US$ 45 milhões é agora o fóssil mais caro já vendido em leilão

Teorias estranhas sobre o estegossauro surgiram ao longo dos anos, desde a ideia de que ele abrigava um segundo cérebro em uma cavidade misteriosa sobre sua extremidade traseira até a crença de que suas placas traseiras eram horizontais e não verticais. Mas um fato indiscutível é que um fóssil quase completo de estegossauro foi vendido por um recorde de US$ 44,6 milhões em um leilão. O esqueleto de 150 milhões de anos mede 3,5 metros de altura por 8 de largura, do nariz à cauda, e foi escavado pela primeira vez perto da cidade de Dinosaur, no Condado de Moffat, no estado norte-americano do Colorado, em 2022.

A área é famosa por abrigar espécimes graças a uma concentração de rochas sedimentares do período Jurássico. O paleontólogo Jason Cooper descobriu o fóssil durante uma caminhada em sua propriedade: parte do fêmur estava saindo da rocha. O esqueleto, apelidado de Apex, foi totalmente desenterrado por Jason e sua equipe em 2023.

A casa de leilões Sotheby’s, que administrou o leilão, observa que o fóssil foi descoberto sem outros espécimes por perto. Por uma questão de transparência, Jason concordou em permitir que o comprador inspecionasse o local onde ele foi encontrado e compartilhou uma cópia dos dados de escaneamento do fóssil.

Graças à sua história impecável e verificada, a casa de leilões estimou que o fóssil poderia render até US$ 6 milhões. Em vez disso, ele quebrou o recorde estabelecido por um esqueleto de T. rex que foi vendido por US$ 31,8 milhões em 2020.

O Apex consiste em 254 elementos ósseos fósseis de um possível 319 elementos, com enchimento impresso em 3D para completar o esqueleto. Ele mostra evidências de artrite, bem como fusão de vertebrados, ambas indicações de velhice. Ele se compara muito favoravelmente a outro fóssil de estegossauro, Sophie, que pode ser encontrado no Museu de História Natural em Londres. Mas a Sotheby's observa que Apex é mais de 30% maior.

O leilão reavivou o debate sobre a venda privada de fósseis, que muitas vezes podem ir para colecionadores em vez de museus e instituições científicas que não têm recursos financeiros para adquiri-los. Mas vale a pena notar que Jason já doou fósseis de sua propriedade para a comunidade científica, incluindo o Museu Frost de Ciência em Miami.

Mas, para muitos cientistas, essas vendas representam uma tendência preocupante. Nas últimas décadas, pesquisadores viram fósseis monumentais serem comprados por colecionadores particulares em vez de acabarem em instituições de pesquisa. Isso pode restringir oportunidades educacionais e limitar as descobertas científicas que podem surgir com exames mais aprofundados.

A própria classificação de "estegossauro não especificado" da Sotheby’s é suspeita e pode sugerir que sua espécie está sendo mantida intencionalmente em segredo ou que os cientistas não tiveram a oportunidade de examiná-la adequadamente.

Além do esqueleto, o comprador do "Apex", o bilionário Ken Griffin, receberá uma cópia dos dados de escaneamento do dinossauro e uma licença completa para usar seus dados 3D. A listagem explica que isso permitirá que as informações primárias sobre o dinossauro permaneçam com o espécime e promoverá a colaboração em pesquisas e educação futuras.