Às vezes, um livro pode ter um impacto transformador de vida. Para Payton McGriff, isso acabou sendo verdade. Payton era uma estudante do segundo ano na Universidade de Idaho, nos EUA quando leu "Metade do Céu - Transformando a Opressão em Oportunidades Para As Mulheres do Mundo Todo", de Nicholas Kristof e Sheryl WuDunn. O livro traz histórias de meninas e mulheres que conseguiram obter sucesso na vida, apesar de terem sofrido com o tráfico sexual, com a mutilação genital ou com a completa discriminação em países em desenvolvimento. |
Ela ficou chocada ao saber que 129 milhões de meninas no mundo todo não estão matriculadas na escola, porque em grande parte dos países em desenvolvimento, mulheres e meninas são responsáveis pela maior parte das tarefas domésticas, com a suposição equivocada que elas não precisam estudar porque nunca colocarão sua educação em uso.
Além disso, muitas famílias pobres que querem educar suas filhas não podem pagar as mensalidades, o material escolar e o uniforme obrigatório em muitos países.
- "Um uniforme é tipicamente uma das peças mais caras", disse Payton, hoje com 29 anos. - "Eles podem ser uma das maneiras mais econômicas de manter as meninas na escola."
U, estudo do Banco Mundial mostra que fornecer uniformes gratuitos pode reduzir as taxas de evasão em 16% e o absenteísmo em mais de 35%. Essa solução simples criou raízes na mente de Payton, que e iniciou sua jornada ajudando mulheres e meninas a transformar suas vidas.
Hoje, sua organização sem fins lucrativos, Style Her Empowered, conhecida como SHE, fornece 1.500 uniformes gratuitos por ano para meninas de Togo, além de taxas escolares, materiais, aulas particulares e muito mais.
Formada em marketing, Payton estava buscando o emprego dos seus sonhos em negócios quando fez uma aula de empreendedorismo em seu último ano. Com a tarefa de criar um negócio ou uma organização sem fins lucrativos para um projeto de classe, ela se lembrou da noção do uniforme escolar e desenvolveu uma ideia. Ela buscou ajuda com Romuald Afatchao, um professor do Togo, e ele a encorajou a participar de uma viagem de férias de primavera para sua cidade natal, Nôtse, para fazer pesquisa de campo.
Lá, Payton viu a realidade que as meninas enfrentavam. Ela conheceu Elolo, uma jovem que começava suas tarefas às 3h30 da manhã para poder ir à escola e fazia o dever de casa à luz da rua à noite, já que sua casa não tinha eletricidade. As dificuldades financeiras de sua família fizeram com que ela eventualmente tivesse que abandonar a escola para que seus irmãos pudessem continuar. Ela viu com os próprios olhos o que leu no livro
Payton entrevistou grupos de meninas sobre obstáculos que tornavam a frequência à escola difícil. Elas mencionaram falta de dinheiro e apoio, mas quando ela perguntou sobre uniformes, a reação foi imediata. Uma garota levantou a mão bem alto e contou uma história sobre como ela foi envergonhada e expulsa da escola porque não tinha seu uniforme.
Payton voltou para casa, lançou seu projeto educacional em competições de empreendedorismo, ganhou US$ 35.000 em capital inicial e, eventualmente, recusou seu emprego dos sonhos para dar vida à sua visão. Ela se formou em maio de 2017 e retornou ao Togo.
Naquele primeiro ano, o grupo contratou costureiras locais e forneceu uniformes e taxas escolares para 65 meninas. Mas logo encontraram um problema. Em idade de pleno desenvolvimento físico, logo os uniformes começaram a ficar apertados.
Sua equipe queria criar um uniforme ajustável que pudesse durar mais para as alunas, mas não conseguia encontrar padrões que funcionassem. Eventualmente, as costureiras, com a contribuição das alunos, Payton e outros, criaram sua própria solução, e o "uniforme que cresce" nasceu.
O vestido agora tem cordões ajustáveis correndo ao longo da lateral que criam um ajuste sob medida para cada tipo de corpo, enquanto o tecido extra com bainha por baixo permite que ele cresça até 30 centímetros. O uniforme pode servir em uma menina por até três anos, ajustando-se a seis tamanhos; quando finalmente ficar pequeno, pode ser passado para meninas mais novas.
Além disso, 100% dos retalhos de tecido são reciclados em absorventes menstruais reutilizáveis feitos pelas costureiras do SHE e distribuídos às alunas, que antes ficavam em casa durante a menstruação por falta de produtos de higiene.
Hoje, a SHE atende meninas em Nôtse, bem como em outras 20 vilas rurais no sul do Togo, onde 69% das famílias vivem abaixo da linha da pobreza. As meninas nessas áreas correm maior risco de abandonar a escola, então a SHE se esforça para remover todas as barreiras financeiras, fornecendo também mensalidades e materiais escolares. Uma vez matriculadas, as alunas recebem sessões semanais de tutoria. Como resultado, as alunas da SHE passam consistentemente em seus exames em taxas mais altas do que a média nacional.
A SHE continua a desenvolver novas formas de apoiar seus alunos. O grupo criou recentemente um laboratório de aprendizagem móvel que leva livros e suprimentos para comunidades com poucos recursos, bem como Clubes de Meninas após a escola, onde embaixadoras estudantis são treinadas para ministrar workshops para seus colegas.
Payton também traz oportunidades para as mulheres que a SHE emprega. Vinte costureiras trabalham em período integral nas duas fábricas do grupo, e seu salário médio é 75% maior do que o salário mínimo de Togo. Todos os funcionários recebem benefícios generosos, como licença médica remunerada ilimitada, licença-maternidade remunerada de três meses e creche gratuita.
E isso não é tudo. Em média, as mulheres de Togo têm apenas cerca de três anos de educação -metade da dos homens- e 55% são analfabetas. Quando Payton percebeu que a maioria das costureiras do grupo tinha pouca educação formal, ela iniciou um programa para ajudar a ensinar-lhes alfabetização básica, matemática e habilidades financeiras.
As costureiras também viajam para as vilas com outros funcionários para ajudar a distribuir uniformes e materiais escolares. Elas têm orgulho de seu papel em ajudar meninas a obter oportunidades que elas não tiveram.
Payton supervisiona o projeto remotamente de Idaho, garantindo que as mulheres locais que dirigem o programa em Togo assumam a liderança na formação da organização. Eventualmente, Payton espera que a SHE possa se tornar autossustentável para que seu papel possa ser ainda mais reduzido, o que tem sido seu objetivo desde o início.
Um membro importante dessa equipe é Elolo, que Payton conheceu em sua primeira visita ao Togo. Elolo foi a primeira garota matriculada no programa, eventualmente se formou no ensino médio e agora é a Diretora Assistente do grupo e recrutou centenas de garotas para a SHE. Além disso, com seu salário, ela conseguiu cuidar de sua família e instalar eletricidade em sua casa. Seu sucesso faz Payton sorrir de orgulho.
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