Em 2 de dezembro de 2012, o Led Zeppelin recebeu o prêmio Honrarias do Kennedy Center do presidente Barack Obama. É um prêmio concedido àqueles considerados como tendo contribuído muito para a cultura americana, com outros notáveis da música incluindo Ella Fitzgerald, Leonard Bernstein, Frank Sinatra, Ray Charles, Sammy Davis Jr., Dizzy Gillespie, Johnny Cash, Carole King e Joni Mitchell. Em um mundo onde prêmios são entregues como pirulitos, as Honrarias do Kennedy Center são uma lufada de música boa em um mundo cada vez mais cheio de música ruim. |
Todo mês de dezembro, a premiação chega ao clímax com um evento de gala na Casa de Ópera Kennedy Center, em Washington, DC, e em 2012 o show incluiu uma apresentação emocionante de "Stairway To Heaven, de Ann e Nancy Wilson, do Heart, com Jason Bonham na bateria.
- "Eu sabia que causamos muitos danos ao cérebro e aos tímpanos das pessoas, e sabia que escrevemos algumas ótimas músicas, mas foi uma experiência muito humilhante", disse Robert em entrevista na época. - "Quando vi o Heart tocar Stairway To Heaven, eu simplesmente não conseguia acreditar que a música tinha algo a ver com esse homem de 64 anos que estava sentado ao lado de John Paul Jones. Pensei comigo mesmo: 'Este sou eu... Como isso aconteceu?'"
Nancy disse que meio que congelou ao ver Jimmy, Robert, John Paul, alguns dignitários, o presidente, a primeira-dama. Antes de irem para o palco ela teve que aquecer seus dedos, pois era inverno, e estava frio e com correntes de ar nos bastidores.
- "Meu Deus! Foi um daqueles momentos em que seu profissionalismo tem que estar lá" disse Nancy. - "Você tem que manter o máximo de foco, porque não pode tocar Stairway to Heaven com dedos frios na frente de Jimmy Page! Meu Deus, sem pressão, certo?!"
Quando chegaram a palco Nancy e a irmã se olharam longamente e respiraram fundo, mesmo com uma grande carreira nas costas, aquela não era um apresentação comum.
- "Pensei: 'Ok, eu toquei essa música a vida toda e sei como ela é.' Claro, meus joelhos estavam tremendo. Mas quando Ann começou a cantar, pensei: 'Tô dentro!'", riu Nancy.
A apresentação é quase assustadoramente mágica. São os olhares que os membros sobreviventes do Led Zeppelin dão uns aos outros durante a apresentação. São os olhos de Robert Plant lacrimejando enquanto ele assiste Ann Wilson cantando uma música com a qual ele tem um relacionamento difícil. É o coral gospel prestando homenagem a John Bonham da maneira mais inesperada. É Jason Bonham erguendo os olhos para o céu quando a música chega ao clímax. É simplesmente extraordinário.
Desde então entra ano e sai ano, as irmãs são convidadas para falar sobre a performance e o que aconteceu lá. As talentosíssimas irmãs do Heart, sentaram-se com o veterano repórter Dan Rather, do Big Interview, e falaram sobre como se sentiram quando tocaram no tributo ao Led Zeppelin em homenagem no Kennedy Center em 2012 .
Ambas as mulheres disseram que estavam muito nervosas, mas mantiveram o controle até a música terminar. Elas sabiam que tinham feito um bom trabalho pela reação da plateia, mas não sabiam o que estava acontecendo no balcão. A apresentação foi tão poderosa que levou Robert Plant e Jimmy Page às lágrimas.
- "Não vimos a transmissão até algumas semanas depois e não conseguimos ver o que estava acontecendo na sacada", disse Ann. - "Acho que muita da emoção entre os caras não era só sobre a música em si, mas também sobre termos Jason Bonham na bateria. Ele era o garotinho que cresceu perto das salas de ensaio do Led Zeppelin. E ele tocou com o Heart por um bom tempo. Então a revelação do coro menor, do coro maior, depois da orquestra. Foi muito bem feito. Se alguém merecia uma homenagem como essa, era o Led Zeppelin."
No jantar depois, cada membro agradeceu as irmãs e, segundo Ann, Robert lhe disse que ela o fez ver a canção de uma forma agradável novamente. De fato, Robert começou a odiar a música porque odiava ver os covers que algumas bandas fizeram.
- "Eu cansei de ver gente matando esta canção e o Heart me abriu os olhos de novo", disse ele. Ainda assim Robert tocou a música pela última vez na reunião do Led Zeppelin em 2007. A lenda do rock havia jurado não cantar mais "Stairway to Heaven" décadas atrás.
- "Eu tinha urticária se tivesse que cantar essa música em todos os shows", disse Robert ao The Times, em 1988. Eu escrevi essa letra e achei que essa música tinha alguma importância e consequência em 1971, mas 17 anos depois, não sei. Simplesmente não é mais para mim."
Como acontece com muitos sucessos Robert notoriamente não gostava mais do épico de oito minutos que é considerado uma das maiores canções de rock de todos os tempos. Certa vez, ele doou US$ 1.000 para um evento beneficente promovido por um programa de rádio que prometia remover permanentemente a canção de sua playlist se ela atingisse sua meta de arrecadação de fundos.
Mas quando Ann e Nancy tocaram a versão emocionante da música nas Honrarias do Kennedy Center em 2012, ele mudou de ideia diametralmente.
- "Deixei muito disso para trás. E naquela noite eu estava assistindo a um covers, inteligente, bem-intencionado e respeitoso", disse Robert. - "Eu estava na galeria espiando e acompanhando uma excelente exibição. Era algo que eu nunca, jamais pensei que veria desta galeria. Foi uma performance espetacular. Agora sou um voyeur. Não sou mais responsável por isso. Não estou em lojas de guitarras sendo instruído a não fazer isso. Não vou até o altar em um casamento tocando com uma flauta."
Seja como for, em outubro do ano passado, Robert deixou de ser "voyeur" e fez as pazes com a canção. Surpreendendo os fãs e encerrando um hiato de 16 anos de apresentações do épico do rock, Robert cantou Stairway to Heaven, em um show beneficente para o Fundo de Conscientização sobre o Câncer, no Reino Unido.
- "Eu amo essa música. Não é que eu seja aqueles caras chatos que se recusa a cantas seu maior sucesso por pura presunção. É que para mim tudo acabou com a morte de John. É isso mesmo". disse Robert. - "Estamos falando aqui de uma música de mais de 50 anos atrás. É a performance magnífica do Heart me mata toda vez que eu assisto. Me mata de duas ou três maneiras diferentes. É tipo, oh, meu Deus."
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