Os Jogos Olímpicos têm suas origens na antiguidade, mas seu renascimento moderno também está acontecendo há mais tempo do que qualquer um de nós está aqui. Até mesmo a quinta Olimpíada de Verão, que ocorreu em Estocolmo em 1912, desapareceu da memória viva. Mas, graças à tecnologia do século XXI, podemos ver imagens surpreendentemente nítidas de suas competições a qualquer momento que quisermos, assim como estamos fazendo com a atual trigésima terceira Olimpíada de Verão em Paris. |
Um uso especialmente fascinante desses recursos, para aqueles investidos na história do esporte, é comparar as performances dos atletas olímpicos ao longo do tempo: sabemos que eles melhoraram, mas uma coisa é ver os números, e outra bem diferente é ver uma comparação lado a lado.
Veja os veneráveis 100 metros rasos masculinos, cujas finais de 1912 e 2020 aparecem no vídeo abaixo. Há 112 anos, Ralph Craig, dos Estados Unidos, venceu após sete largadas falsas e, sem dúvida, uma oitava também, com um tempo de 10,8 segundos. Três anos atrás, Tóquio 2020 tendo sido adiado pela covid-19, o vencedor do mesmo evento foi o italiano Marcell Jacobs, que cruzou a linha de chegada em 9,8 segundos.
Uma evolução ainda maior se manifesta no lançamento de dardo, no qual os 60,64 metros do sueco Eric Lemming em 1912 se tornam os 87,58 metros de Neeraj Chopra em 2020. Chopra também não terminou de estabelecer recordes, pelo menos a julgar pela fanfarra da mídia em sua terra natal que acompanhou sua recente chegada à Vila Olímpica de Paris.
O salto com vara também passou por um grande salto para frente, ou melhor, para cima. Logo abaixo, você pode ver o recorde de 1912 de 3,95 metros estabelecido por Henry S. Babcock dos Estados Unidos, depois o recorde de 2020 de 6,02 metros estabelecido por Armand "Mondo" Duplantis da Suécia.
O caso de Armand é bastante sui generis, porque ele nasceu e vive nos Estados Unidos. Por que estão compete pela Suécia? Ele tem dupla cidadania, por causa de sua mãe sueca que o liga ao país. Ele escolheu competir pela Suécia, pois isso lhe permitiu catapultar sua carreira em uma idade mais jovem, devido a menos restrições de idade na Suécia em comparação aos EUA.
A ideia foi de seu pai americano Greg Duplantis, que também foi saltador com vara. O Comitê Olímpico Americano não permitiu que ele participasse de equipes de atletas quando ainda era menor de idade. A Suécia também permitiu que Greg o treinasse na equipe sueca. E, ao contrário dos EUA, que dependem de testes olímpicos para qualificação, a Suécia analisa os recordes gerais ao longo dos anos.
Nas últimas décadas, esses casos de ascendência nacionalmente mista -o italiano Marcell Jacobs nascido nos Estados Unidos é outro que também foi esnobado- tornaram-se mais comuns nas Olimpíadas, o que nesse e em outros aspectos há muito reflete mudanças no mundo todo.
O Comitê olímpico também parece ter aprendido com seus erros. Quando não tinha canal no Youtube, não deixava que ninguém replicasse as imagens na plataforma, porque tinha contratos exclusivos de transmissão. Na Olimpíada, já com canal na rede não permitia que os vídeos fossem compartilhados fora da plataforma. Agora está tudo liberado e, lógico, se tornou o canal mais assistido do Youtube nos últimos dias.
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