Como a maior empresa de cortiça do mundo produz 22 milhões de rolhas ao dia

Os sobreiros podem ser descortiçados até 15 vezes, a partir dos 25 anos, mas na pequena localidade de Águas de Moura, Portugal, há uma árvore chamada "Assobiador", que foi despojada de sua casca mais de 25 vezes. A cortiça após as duas primeiras colheitas é considerada de qualidade superior. Esta extração de cortiça ocorre geralmente a cada 9 anos, nos meses de julho e agosto, altura em que as árvores não estão tão vulneráveis às intempéries. O câmbio vascular da cortiça ou o felogênio no seu interior não deve ser danificado para que a árvore permaneça saudável e continue a desenvolver a casca para a próxima colheita.

As pranchas de cortiça colhidas são fervidas no processo de limpeza e amaciamento, e depois cortadas ou perfuradas em formas de rolha. O material restante, inclusive aquele que não passa no controle de qualidade, é triturado em pequenos pedaços e misturado com cola de poliuretano de qualidade alimentar. Essa mistura pode ser moldada para fazer tanto rolhas aglomeradas como uma vasta gama de produtos.

A empresa portuguesa Corticeira Amorim é a maior produtora e distribuidora de cortiça do mundo. Durante 150 anos, a empresa expandiu a indústria portuguesa de cortiça. O canal do youtube Business Insider visitou a sede da empresa para ver como ela combinou técnicas tradicionais e novas tecnologias para salvar seus negócios enquanto explorava novos usos para um dos materiais mais versáteis do mundo.

Portugal produz 50% da cortiça no mundo, seguido pela Espanha, que produz 22%, mas isso tudo quase mudou na última década quando simbiontes fúngicos do besouro-da-ambrosia (Platypus cylindrus) afetaram o vigor dos sobreiros (Quercus suber). Os simbiontes fúngicos, no geral, reduzem significativamente os monoterpenos, os principais voláteis da folhagem do sobreiro, possivelmente como resultado da biotransformação fúngica. Dois fungicidas, no entanto, foram considerados eficazes como medida preventiva.


Eles também podem diminuir a quantidade de rica suberina, uma substância lipídica (gordurosa) que se acumula na parede celular, diminuindo o grande poder isolante e exalando odores desagradáveis, como ocorreu em 1975 quando quase toda a safra de vinhos espanhola foi perdida devido ao gosto de mofo.