Assista à apresentação de uma composição de Mozart que estava perdida há séculos

Para a maioria dos músicos, uma canção há muito perdida escrita na adolescência seria de interesse apenas para fãs sérios. E mesmo assim, provavelmente mais por razões biográficas do que como uma obra independente. Mas esse dificilmente é o caso de Wolfgang Amadeus Mozart, que compunha música avançada aos 5 anos de idade e, de fato, completou o primeiro ato de sua curta vida na adolescência. Daí o público apreciativo garantido para "Serenata em Dó", uma peça até então desconhecida recentemente descoberta nos acervos das Bibliotecas Municipais de Leipzig, na Alemanha.

A peça musical de 12 minutos foi apresentada pela primeira vez ao público na semana passada. Pesquisadores acreditam que o compositor escreveu a peça até então desconhecida quando ele era um jovem adolescente.

- "Pesquisadores da biblioteca estavam compilando uma edição do catálogo Köchel, um arquivo abrangente da obra de Mozart, quando se depararam com um misterioso manuscrito encadernado contendo uma composição manuscrita em tinta marrom", disse Sonja Anderson.

Composta em meados do final da década de 1760, "Serenata em Dó" consiste em sete movimentos em miniatura para um trio de cordas -dois violinos e um cello-. De acordo com pesquisadores, ela se encaixa estilisticamente na obra daquele período, quando Mozart tinha entre 10 e 13 anos; alguns anos depois, ele havia superado ou transcendido esse estilo de música de câmara inteiramente.

Você pode ver e ouvir "Serenata em Dó" no vídeo acima , tocada no início deste mês, não muito depois de sua estreia, nos degraus da Ópera de Leipzig por Vincent Geer, David Geer e Elisabeth Zimmermann da orquestra sinfônica jovem da Escola de Música de Leipzig.

Renomeada "Ganz kleine Nachtmusik", esta "nova" peça de Mozart foi incluída no último catálogo Köchel com o número K. 648. Se você ouvi-la no contexto da evolução artística de Mozart, também notará as maneiras pelas quais ela se destaca em um período em que ele escreveu principalmente árias, sinfonias e música para piano. Quanto à extensão em que ela prefigura coisas que estão por vir, é cedo o suficiente para que provavelmente devêssemos deixar essa questão para os mozartologistas.