Você terá que olhar atentamente para avistar um bicho-folha-gigante da Malásia (Pulchriphyllium giganteum) quando ele estiver mordiscando as folhas de uma goiabeira ou mangueira. Esses herbívoros se misturam perfeitamente com o ambiente porque se parecem exatamente com sua comida favorita: folhas de árvores frutíferas. A evolução é realmente incrível. Ela permitiu que essa espécie usasse o mimetismo críptico como estratégia antipredação. Em ecologia e em etologia, crípse é a designação dada às adaptações morfológicas, de coloração e comportamentais que permitem um organismo evitar detecção. |
"Mimetismo críptico" pode soar como um truque de mágica, mas é a habilidade dos animais de se esconderem. Também conhecida como camuflagem, a característica permite que os bichos-folhas usem duas técnicas diferentes: crípse e semelhança protetora.
A crípse se refere à cor de um inseto e o quanto ele se parece com seu habitat, enquanto semelhança protetora descreve insetos que se assemelham a um objeto natural, como um pedaço de pau, uma pedra ou, neste caso, uma folha grande.
Como folhas grandes, os insetos-folhas geralmente ficam muito, muito parados para evitar atrair a atenção de qualquer predador. Mover-se pode ser o erro mais crítico que esse inseto pode cometer. Mas se eles precisam se mover, eles se movem muito lentamente, ou usam uma estratégia inteligente. Se esses insetos forem pegos pela brisa, eles até balançam para frente e para trás junto com a folhagem ao redor para melhorar seu disfarce.
Ninfa de bicho-folha.
Em cativeiro, a espécie foi observada principalmente se reproduzindo por partenogênese, o que significa que as fêmeas são assexuadas. O padrão reprodutivo primário na natureza é desconhecido. Mas bichos-folhas-gigantes não começam parecendo folhas verdes frescas. Sua aparência se adapta ao longo do tempo para combinar com seus arredores, então sua camuflagem está sempre evoluindo, como seu habitat natural vivo.
As fêmeas permanecem escondidas nas árvores e deixam os ovos no chão da floresta. Os ovos parecem pequenas sementes marrons que se misturam bem com a serapilheira em decomposição. Após as ninfas emergirem dentro de duas ou três semanas, elas permanecem marrons e correm de um lado para o outro, talvez imitando formigas tropicais.
Ovos de bicho-folha.
Embora alguns entomologistas amadores tentem criá-las em particular, o governo malaio não permite sua exportação. Muitos países também não permitem o uso destes insetos como animais de estimação, porque podem se tornar uma praga fora de seu habitat.
O principal desafio para mantê-los vivos é ter um suprimento constante de boas folhas de amoreira prontamente disponíveis para comer. Caso contrário, eles podem acabar mordiscando seu companheiro, que, incidentalmente, parece uma folha. Para evitar canibalismo acidental, apenas alguns são mantidos juntos ao mesmo tempo.
Depois que ficam verdes, o que geralmente leva uma semana a partir do ponto em que eclodem dos ovos, eles sobem para as árvores para combinar com seu ambiente frondoso, simulando a aparência das folhas com seus corpos largos e planos e características específicas como sua textura, manchas e nervuras. E conforme envelhecem, elas ficam maiores e até desenvolvem bordas marrons desfiadas para se assemelhar a folhas danificadas.
A coisa mais estranha sobre o bicho-folha-gigante é que os espécimes encontrados na natureza tendem a ser principalmente fêmeas e o primeiro macho desta espécie só foi identificado em 1994. De fato, o bicho-folha-gigante é considerado raro até para os malaios, ainda que tenha uma distribuição abundante. Esta raridade se centra no fato da sua perfeita camuflagem. Muitas vezes ele nã é percebido estando na frente do nariz de uma pessoa.
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